20 de novembro de 2010

EMULSÕES: APLICAÇÕES EM CREMES E LOÇÕES COSMÉTICAS

Emulsões cosméticas, basicamente cremes e loções, são misturas relativamente estáveis de água e componentes oleosos ou graxos, na presença de um emulsionante. Ao olho humano, a emulsão apresenta-se como uma fase homogênea. As propriedades do sistema água/ óleo são drasticamente modificadas após a adição do emulsionante, sendo importante o entendimento dos fatores físico-químicos relacionados às atividades superficial e interfacial responsáveis pela estabilidade da emulsão. A natureza e características da emulsão são determinadas pela natureza do emulsionante ou combinação de emulsionantes utilizados pelo formulador. Apesar do progresso na ciência coloidal e interfacial, a prática de fabricação de emulsões ainda permanece muito mais como arte do que como ciência. A indústria cosmética busca constantemente direcionamentos para o desenvolvimento de emulsões. Um conceito de emulsão que fornecesse redução significativa no tempo de desenvolvimento através da seleção apropriada da fase oleosa, dos emulsionantes e do processo de emulsificação, juntamente com o uso econômico desses materiais e equipamentos seria de grande interesse.
No processo de emulsificação ocorre a divisão de um dos líquidos em pequenos glóbulos com conseqüente aumento da área superficial desta fase e sua dispersão na outra. Para provocar a subdivisão dos líquidos, torna-se necessário despender determinada quantidade de energia (térmica e de agitação) sob a forma de trabalho. Os agentes emulsionantes diminuem o trabalho necessário para a emulsificação. Embora para a preparação da emulsão sejam disponíveis várias técnicas, vamos nos ater àquelas que utilizam tensoativos como agentes emulsionantes, caso específico das emulsões cosméticas.
Entre os vários conceitos sobre o processo de emulsificação estão:
(1) HLB (balanço hidrófilo lipófilo) desenvolvido por Griffin, seguindo um processo convencional de emulsificação.
(2) EBE ou LEE (emulsificação de baixa energia), desenvolvido por Joseph Lin, no qual a energia térmica é usada para as fases do processo que realmente necessitam de temperatura. O uso de bases auto-emulsionantes mostra-se muito adequado a este processo.
(3) PIT (temperatura de inversão de fases), desenvolvido por Shinoda, no qual o uso da energia térmica é para redução do tamanho de gotas da emulsão visando maior estabilidade dos produtos finais.
Esse trabalho tem por objetivo apresentar o uso harmonizado dos componentes das emulsões, com os diferentes processos de fabricação, principalmente quando relacionado aos emolientes e emulsionantes. O resultado desta combinação são emulsões de cremes e loções para a pele e desodorantes com sensoriais agradáveis e maior estabilidade na estocagem.

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