29 de abril de 2018

Parecer Público de Avaliação do Medicamento



A Anvisa possui um documento chamado de Parecer Público de Avaliação do Medicamento (PPAM) que traz uma síntese da avaliação técnica, incluindo o motivo que levou à aprovação ou reprovação do registro de um medicamento. A consulta dos pareceres permite a pesquisa pelo nome do medicamento, princípio ativo, categoria do medicamento, tipo de decisão, empresa e data. Nos resultados, além do parecer de avaliação, é possível encontrar a bula do medicamento e informações como apresentações registradas, local de fabricação, restrição de uso, dentre outras.


Os medicamentos disponíveis para essa consulta pública são: produtos biológicos; medicamentos novos; genéricos inéditos; e os fitoterápicos, específicos e dinamizados. Os pareceres disponíveis são baseados nas informações apresentadas durante a fase de registro na Anvisa e não incluem informações de caráter sigiloso sobre os processos produtivos dos medicamentos.
Mais informações sobre o PPAM podem ser encontradas no site da Anvisa.

26 de abril de 2018

RADIOFÁRMACOS APLICADOS À IMAGEM MOLECULAR EM SPECT/CT E PET/CT


Tomografia computadorizada por emissão de fóton único SPECT (Single photon emission computed tomography) é uma técnica tomográfica de imagem médica para diagnóstico que combina efeitos da medicina nuclear com a tomografia computadorizada.

Para que os diferentes órgãos do nosso corpo possam ser examinados, é necessário fazer com que os materiais radioativos empregados cheguem até os mesmos. Para isso, utilizamos elementos radioativos que apresentam afinidade natural ou que esses elementos estejam ligados a substâncias que possuem afinidade por esses órgãos.  Esta afinidade está relacionada, basicamente, às características fisiológicas desses órgãos ou ao mecanismo de formação da doença.  Uma vez que estes elementos radioativos cheguem aos órgãos de interesse, as radiações emitidas a partir deles são identificadas pelo equipamento e transformadas em imagens que possam ser interpretadas pelos especialistas. Cada exame possui seu medicamento específico que é preparado ou encomendado para o dia do procedimento.
Nesta técnica, um radiofármaco emissor de radiação gama é administrado no paciente, que passa a conter a fonte de irradiação interna ao seu corpo e ele é alojado em uma câmera gama para detecção da radiação e formação das imagens, estes funcionam da seguinte maneira, apresentam afinidades químicas por determinados órgãos do corpo e são utilizados para transportar a substância radioativa para o órgão a ser estudado, o procedimento é chamado cintilografia.
Já na tomografia por emissão de pósitron/tomografia computadorizada – PET/CT (Positron Emitted Tomograph) um radiofármaco com partículas beta + é administrado no paciente, essas partículas reagem com elétrons em sítios específicos do organismo do paciente que informa acerca do estado funcional dos órgãos. As imagens possuem resolução espacial melhor que as cintilografias convencionais e permitem quantificação precisa das concentrações radioativas locais. Imagens com PET podem ser usadas para avaliação quantitativa de condições patológicas (como hipermetabolismo, anticorpo ou ligação de peptídeos às células tumorais).


QUEM SÃO OS MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS ?

        A partir da década de 1980, os medicamentos biológicos vêm conquistando uma importância cada vez maior na área de saúde em todo o mundo. Entre eles estão produtos inovadores para o tratamento de doenças crônicas, como câncer, diabetes, artrite reumatóide e esclerose múltipla, além de condições agudas, como infarto do miocárdio e derrame cerebral. Além disso, são uma promessa para tratar enfermidades complexas e ainda sem cura.
         Essa classe de medicamentos se diferencia de muitas formas dos medicamentos sintéticos, por exemplo:
          Medicamentos sintéticos - são produzidos por meio da manipulação química de substâncias em laboratório, enquanto os biológicos são produzidos a partir de células vivas, como plantas e micro-organismos. Por isso, o processo de produção dos medicamentos biológicos é muito mais complexo.
            Medicamentos biológicos – a maior parte é produzida por meio de uma tecnologia chamada DNA recombinante, que modifica geneticamente uma célula para produzir uma proteína escolhida. Em 1982, as pessoas tiveram acesso ao primeiro produto farmacêutico desenvolvido por meio desta tecnologia: a insulina humana produzida em cultura de uma bactéria geneticamente modificada.
            Quais são os principais medicamentos biológicos?
  • Insulina – pacientes de diabetes não produzem insulina suficiente ou não conseguem usá-la adequadamente, por isso precisam de injeções desse hormônio.
  • Hormônio do crescimento – a deficiência leva ao nanismo e outras formas de baixa estatura. O medicamento é produzido a partir da cultura de uma bactéria geneticamente modificada.
  • Citocinas - são moléculas envolvidas na emissão de sinais para o desencadeamento de respostas imunológicas. Algumas substâncias desta classe têm aplicações terapêuticas importantes e, por isso, são produzidas como medicamentos.
  • Heparinas - têm atividade anticoagulante e são usadas na prevenção de tromboembolismo venoso ou arterial, tratamento de embolia pulmonar, certas formas de angina e infarto agudo do miocárdio.
  • Trombolíticos - capazes de dissolver coágulos já formados. Por isso, são úteis no tratamento da fase aguda do infarto do miocárdio e derrames.
  • Fator anti-hemofílico – contribui com a coagulação sanguínea e é usado para tratar a hemofilia.
  • Anticorpos monoclonais – são anticorpos direcionados a um alvo específico. Têm grande aplicação no tratamento de tumores e doenças autoimunes.





REFERÊNCIAS:

Controle do Câncer de Mama Hormônio Positivo


Nas cirurgias de retirada de células cancerosas, são realizadas análises para se verificar se têm receptores de estrogênio ou progesterona. Os cânceres são denominados receptores hormonais positivos ou receptores hormonais negativos com presença (ou não) desses receptores. Quando esses hormônios se ligam a esses receptores eles ‘alimentam’ o câncer.


Em quase 80% das mulheres que têm câncer de mama é possível identificar a presença do receptor hormonal nas células do tumor. Isto faz com que o câncer cresça estimulado pelos hormônios femininos normais. Existem hoje algumas estratégias para impedir esse crescimento, uma é bloquear a fabricação de hormônios com os medicamentos da classe dos inibidores da aromatase. A segunda estratégia é bloquear o receptor do hormônio usando o medicamento Tamoxifeno.
Resultado de imagem para imagens cancer de mamaUma das alterações mais importantes do câncer de mama hormônio positivo, recentemente identificada, foi a função muito aumentada de proteínas que estimulam as células a crescer e se multiplicar, conhecidas como CDK 4 e 6. 
O Palbociclib (nome comercial Ibrance) é um medicamento que age justamente bloqueando a ação destas proteínas. Médicos e pesquisadores, depois de verificarem sua segurança e grande eficácia em laboratório, iniciaram uma série de estudos com pacientes, estudo este apelidado de PALOMA.  No terceiro estudo desta série, o PALOMA-3, o medicamento foi oferecido, em conjunto com o Fulvestran, para mulheres com câncer de mama já espalhado para outros órgãos, que tivessem sido tratadas com pelo menos dois outros medicamentos e que, mesmo assim, apresentassem crescimento do tumor.
Os resultados foram impressionantes, o controle do câncer de mama mais do que duplicou quando o os dois medicamentos (Fulvestran e Palbociclib) são feitos em conjunto. Na realidade o tempo de controle quase que triplica com a combinação. Atualmente este medicamento está aprovado para uso nos Estados Unidos e Europa. No Brasil, o Ibrance (Palbociclibe) foi liberado pela Anvisa em 5 de Fevereiro de 2018 (FONTE Pfizer)

Para maiores informações indicamos a leitura dos seguintes estudos:

QUEBRA DE PATENTES DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA


   A indústria farmacêutica possui a patente dos medicamentos fabricados, por um período de 15 a 20 anos; com isso, o detentor da ideia tem o direito de impedir que terceiros, sem o seu consentimento, produza, use, venda ou importe o produto patenteado por ele. O fabricante tem o poder de exercer sobre o medicamento fabricado, podendo assim, delimitar a comercialização, tabelar preços, quantidades, que muitas vezes acaba prejudicando a saúde pública.
   A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão que analisa os pedidos de patentes dos medicamentos, no Brasil. A Lei de Propriedade Industrial, diz: "A concessão de patentes para produtos e processos farmacêuticos dependerá da prévia anuência da ANVISA". (MELO; PAULO, 2012:56). Cabe a ANVISA conceder ou não a patente a quem solicitar.
   O dono da marca tem o monopólio sobre o uso do medicamento, podendo coordenar e controlar todas as atividades ligadas ao produto. A lei 9.279 de 14 de maio de 1996, legaliza a patente e assegura este direito.
   Um ponto importante que envolve o monopólio das patentes de medicamentos, é o seu custo elevado, pois os preços são tabelados, não permitindo uma negociação de custo mais acessível à população. Devido a isto, surge o Licenciamento Compulsório ou a Quebra de Patentes, que é: “Um ato praticado que permite na comercialização farmacêutica a obtenção de medicamentos patenteados a um custo mais acessível, esta ação permite facilitar o acesso a medicamentos que são de exclusividade de alguns fabricantes, e assim poder comercializa-los a um custo mais baixo” (Michel A. F. Bullado/ Aluer B. F. Júnior). Esta ação é feita dentro da lei e serve para facilitar o acesso a esses medicamentos, mas somente o Estado pode intervir, quando achar que se trata de saúde pública.
   O Ministério da Saúde tem obrigação em fornecer o medicamento e o tratamento que a população necessita, logo é sua responsabilidade negociar a quebra de patentes com as empresas, tanto do país como fora dele. A quebra de patentes permite ao governo comercializar o medicamento a um custo menor ou que o produto seja fabricado por uma empresa terceirizada, devendo, somente, ser distribuído para os centros de saúde do governo. Quando isto acontece, o proprietário da marca concede, para terceiros, uma licença para comercialização e distribuição do medicamento, somente para uso em saúde pública, por um período de um ano, podendo ser prorrogada em caso de emergência. E além disto, para ter acesso a estes medicamentos, deve-se pagar royalties pela comercialização do mesmo, a empresa detentora da patente, e fica proibido, o uso do medicamento para outros fins que não sejam a distribuição para uso em saúde pública, podendo o laboratório ou o sistema de saúde, que conseguiu a licença compulsória, serem penalizados e até mesmo ser retirado o direito para a produção do medicamento.
   

Assim a quebra de patentes na indústria farmacêutica é possível e é assegurada por lei, havendo um acordo entre a empresa detentora da patente e o Estado, garantindo assim que novos tratamentos, quando considerados para uso em saúde pública, cheguem a população necessitada.

22 de abril de 2018

A ANVISA E OS ENSAIOS CLÍNICOS

A pesquisa clinica é de suma importância pois visto que nela que se verificam todos os processos responsáveis que se deve passar uma nova droga, visando o aperfeiçoamento dos testes se verifica na fase 1 a segurança e a eficácia dessa droga. É o estudo de um medicamento realizado em seres humanos (voluntários) onde se seguem diversas diretrizes, buscando identificar sua farmacodinâmica, farmacocinética, efeitos adversos e a segurança do novo medicamento. Os resultados que forem obtidos nos estudos de ensaios clínicos vão determinar a autorização ou não pela Anvisa para a comercialização deste no mercado.
Nesses ensaios clínicos há padrões que devem ser seguidos tanto internacionalmente como nacionalmente, são padrões que devem ser rigorosamente realizados na pesquisa clinica, para assim se ter uma certeza que os princípios éticos e científicos estejam garantidos, com o objetivo de integridade física de todos os envolvidos na pesquisa clínica.
As diretrizes para as Boas Práticas clínicas estabelecem uma serie de avaliações como as de auditorias, planejamentos, analise dos ensaios clínicos, para assim garantir confiabilidade.  Segundo a ANVISA, alguns princípios básicos das Boas práticas clínicas devem ser estreitamente seguidos, como manter os direitos, a segurança e bem-estar dos participantes da pesquisa.  Um ensaio clínico para fins de registro de medicamento deve ser conduzido em consonância com o protocolo que recebeu aprovação da Autoridade Regulatória e parte da comissão de comitê de ética.
Segundo o portal da ANVISA, o papel da mesma é:
·       Favorecer e dar as diretrizes para o cumprimento das Boas Práticas Clínicas;
·       Publicar documentos relativos à adoção de Princípios de BPC em seus territórios;
·      Manter registros de inspeções de BPC e de estudos auditados, tanto para inspeções nacionais como internacionais.
·       Avaliar o protocolo e autorizar a condução dos estudos clínicos (fase I, II e III), verificar se o mesmo está metodologicamente de acordo com as Boas Práticas Clínicas.
·     Avaliar a qualidade e a segurança do medicamento experimental para fins de autorização da sua utilização em participantes de pesquisa clínica.
·   Estabelecer a regulamentação para garantir a segurança e a validade dos dados que serão gerados pela pesquisa.
·   Inspecionar os centros de pesquisa brasileiros para verificar a aderência às Boas Práticas Clínicas nos estudos clínicos.
Estes critérios e tantos outros são expressos e devem ser respeitados com o intuito de haver uma otimização entre todas as fases envolvidas.

http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_assetEntryId=2864110&_101_type=content&_101_urlTitle=ensaios-clinicos&inheritRedirect=true

https://www.researchgate.net/publication/262740769_ANVISA_and_clinical_research_in_Brazil 

Farmacovigilância Clínica

A farmacovigilância necessita de informações provenientes do uso dos medicamentos, ou seja, precisa ouvir dos pacientes como o medicamento está se comportando durante o uso (ocorrência de reações adversas aos medicamentos-RAMs, principalmente). No entanto, a população não tem o conhecimento de que tem o dever de realizar notificações acerca de quaisquer problemas ou efeitos adversos dos medicamentos ou mesmo como proceder esta notificação.

Sendo assim, a população deve contar com um profissional de saúde bem informado e que seja capaz de evidenciar a ocorrência de RAMs e notificá-las ao órgão competente.
Para que isto ocorra deve haver um preparo do profissional sobre a Farmacovigilância, senão este não será capaz de compreender a necessidade e a importância de notificar quaisquer problemas que o paciente tenha com os medicamentos.

A capacitação dos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, dentistas, farmacêuticos e etc) deve começar em sala de aula, com a introdução da Farmacovigilância como uma ciência específica durante os cursos de graduação e também com a aplicação da mesma em unidades básicas de saúde, hospitais, drogarias, postos médicos e etc. É necessário que haja um desvio de atenção para a Farmacovigilância até que seja internalizada pelos profissionais de saúde e praticada no dia a dia com os pacientes.

Como leitura indicamos o capítulo 5 da cartilha "A Importância da Farmacovigilância" por tratar justamente da aplicação da Farmacovigilância na Clínica e como proceder esta introdução. 

LIXIANA – NOVO ANTICOAGULANTE APROVADO NO BRASIL APÓS ENSAIOS DE FASE III

LIXIANA – NOVO ANTICOAGULANTE APROVADO NO BRASIL
APÓS ENSAIOS DE FASE III


A Anvisa aprovou o registro do medicamento Lixiana (edoxabana), na forma farmacêutica de comprimidos revestidos de 15 mg, 30 mg e 60 mg. O produto é um anticoagulante inédito no país que amplia opções para redução de risco de AVC e tratamento de trombo embolismo venoso.
Os Ensaios Clínicos de fase III realizados com a Lixiana foram:
Randomizados, controlados, multicêntricos, explorando duas estratégias de tratamento com rivaroxabana e uma estratégia de tratamento oral ajustada de antagonista da vitamina K em participantes da pesquisa com fibrilação atrial que foram submetidos a uma intervenção coronária percutânea (tratamento não cirúrgico das obstruções das artérias coronárias por meio de cateter balão). Os testes foram realizados em mais de vinte hospitais e centros de testes clínicos no Brasil.
Comprovada a eficácia da Lixiana, a ANVISA concedeu a autorização para o registro e venda do medicamento, iniciando a fase de farmacovigilância.
As indicações de uso são: redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC) ou embolia sistêmica em pacientes adultos com fibrilação atrial não-valvar (FANV). A lixiana também pode ser usada no tratamento de tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes adultos, incluindo trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar (EP), além de prevenção de TEV recorrente. O medicamento é um inibidor do fator Xa e foi aprovado na forma farmacêutica comprimidos revestidos de 15 mg, 30 mg e 60 mg.
O medicamento será fabricado no Brasil pela empresa Daiichi Sankyo Brasil Farmacêutica Ltda., que também é a detentora do registro do produto na Anvisa. Outros medicamentos para fins semelhantes tiveram seus testes liberados pela ANVISA, também em ensaios clínicos de Fase III. O link a seguir abre a página da ANVISA que mostra os ensaios clínicos aprovados: http://www7.anvisa.gov.br/Datavisa/Consulta_Comunicados/Resultado_Comunicados.asp

Fontes:
http://portal.anvisa.gov.br/noticias?p_p_id=101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_groupId=219201&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_urlTitle=novo-anticoagulante-oral-e-aprovado-no-brasil&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_assetEntryId=4131620&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_type=content

(Berenice, Rubens e Silvana)

21 de abril de 2018


Planejamento e desenvolvimento de novos fármacos: os primeiros passos do Brasil



O planejamento de novos fármacos é um assunto muito interessante e polêmico até os dias de hoje. Pois, é um processo que custa muito tempo e custos. Porem, o Brasil já está entrando nesse clima de planejamento e execução de novos fármacos. Hoje o assunto é sobre o farmacêutico Leoberto Costa Tavares e sua visão sobre o que está acontecendo no Brasil nessa área. A entrevista foi realizada Maio/ Abril de 2009, nos dias de hoje o planejamento e desenvolvimento de novos fármacos está mais atualizado, mas vale a pena ler a visão de um farmacêutico sobre o assunto. 


A PHARMACIA BRASILEIRA entrevistou uma autoridade no assunto, o farmacêutico Leoberto Costa Tavares, com o objetivo de ter uma radiografia da área. Mestre e doutor em Fármacos e Medicamentos pela Universidade de São Paulo (USP), Professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da mesma USP, desde 1986, das disciplinas de Tecnologia Químico Farmacêutica e Relações entre a estrutura química e a atividade de fármacos, na graduação, e Otimização de fármacos, na pós-graduação, Leoberto desenvolve, na Universidade, pesquisas em planejamento e desenvolvimento de novos agentes antimicrobianos, antichagásicos e de novos radiofármacos para diagnóstico por imagem.Uma das metas de suas pesquisas é o tratamento de infecções causadas por cepas multirresistentes do Staphylococcus aureos (NR.: MRSA é a sigla em inglês). Leoberto é, ainda, pós-doutor em Ciências da Saúde (subárea Química Medicinal) e integra a Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Segundo o Professor, há, no País, grupos de pesquisa em novos fármacos que já possuem uma produção bastante significativa. As pesquisas estão focadas em fármacos para doenças negligenciadas, como a de Chagas e a malária, e, também, em anti-inflamatórios, antimicrobianos, antiparasitários, tuberculostáticos e outros. A cultura de planejamento e de desenvolvimento de novos fármacos, no Brasil, é recente, lembra o Dr. Leoberto Costa Tavares. Mas o País está dando os seus primeiros passos. E pode ir longe.  


Vamos mostrar aqui algumas perguntas realizadas pela Revista Pharmacia Brasileira, e as respostas do Dr. Leoberto Tavares:
PHARMACIA BRASILEIRA - Dr. Leoberto, as pesquisas com novos fármacos, no Brasil, é muito incipiente, embora apresente sinais de crescimento. Qual é o panorama do setor? 
Dr. Leoberto Costa Tavares - O Brasil não tem tradição na indústria química de base e, também, não tem na chamada indústria de química fina, que é quem fabrica as matérias-primas utilizadas na indústria químico-farmacêutica, onde se insere o planejamento, desenvolvimento e produção de fármacos. Por esta razão, temos que importar as matérias-primas, o que, muitas vezes, é até mais caro do que o próprio produto final, no caso, o fármaco. Observa-se, também, por outro lado, que a disponibilidade dessas matérias-primas, em alguns países, a preços compatíveis com a produção, aliados aos custos mais baixos de processamento industrial, resultam em custos finais dos produtos que não podemos alcançar em nossas condições. Assim, essa situação, somada a várias outras dificuldades mercadológicas, acaba por inibir o desenvolvimento do setor de produção de fármacos, em nosso País.

PHARMACIA BRASILEIRA - Onde estão os recursos para as pesquisas, no Brasil, no setor público ou privado? 
Dr. Leoberto Costa Tavares - A pesquisa brasileira na área de desenvolvimento de novos fármacos é quase, em sua totalidade, financiada por agências de fomento à pesquisa, como o CNPq, Finep, FAPs e outras agências governamentais. Observam-se, inclusive, ações ativas dessas agências, com vistas ao desenvolvimento do setor, por meio do lançamento de editais voltados especificamente para o desenvolvimento da área. Mas cabe ressaltar que o atendimento a esses editais não é fácil e demanda competência e maturidade dos grupos interessados, o que é absolutamente necessário.

Aqui esta Entrevista completa realizada pela revista. 

16 de abril de 2018

Substâncias radioativas com finalidade diagnóstica ou terapêutica na Medicina Nuclear


          Diante do grande crescimento de diagnósticos relacionados aos radiofármacos, sabe-se que a radiação permite fornecer informações funcionais de diversos órgãos, como o coração, cérebro, rins e ossos, bem como diagnosticar a presença de um tumor e o estágio da doença.
          “Toda a radiação que vem da medicina nuclear é proveniente do paciente. Vai detectar a radiação emitida pelo radiofármaco que está no paciente e as imagens serão registradas através do equipamento em monitores de vídeo”, ressaltou o chefe do Serviço Médico de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento, Gabriel Grossman.
          No Rio Grande do Sul existem 32 serviços autorizados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) a funcionar. Já inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), a Medicina Nuclear é classificada como sendo de alta complexidade, o que significa que são procedimentos que envolvem alta tecnologia e custos elevados. A área exige uma equipe multidisciplinar composta por médicos, tecnólogos, físicos-médicos e equipe de enfermagem treinada para o trabalho com radiofármacos.
          O Ministério da Saúde publicou em abril de 2014 três portarias que incorporam ao Sistema Único de Saúde (SUS) o exame PET-CT, um tipo específico de exame na área da Medicina Nuclear. O PET/CT é um equipamento híbrido que associa a informação funcional obtida pelo PET com a informação anatômica da tomografia computadorizada.
          Este exame é predominantemente utilizado na área da Oncologia, pois pode determinar o grau de disseminação de diversos tipos de câncer bem como planejar o tratamento e avaliar a resposta terapêutica.



Para mais informações, acesse:

15 de abril de 2018


A farmacogenômica  trata da influencia dos fatores genéticos sobre a resposta aos medicamentos. O câncer de mama é uma doença heterogênea, com variações genéticas que afetam a tumorigênese e a progressão tumoral. Tais variações têm sido exploradas, a fim de permitir uma terapia mais direcionadas e eficaz. Além disso, alguns pacientes desenvolvem resistência aos medicamentos ou efeitos tóxicos que limitam a efetividade terapêutica. A identificação das causas individuais para as reações adversas ou para a resistência ao tratamento é objetivo de estudos farmacogenéticos. Uma das terapias utilizadas é a terapia hormonal. 

Terapia Hormonal foi o primeiro grande avanço em busca da terapia individualizada do câncer de mama foi a possibilidade de identificação dos receptores de estrógeno (ER) e de progesterona (PR). Os tumores positivos para ER, cujo crescimento depende de estímulos hormonal, são eficazmente tratados com terapia antiestrogênio, seja pelo uso de antagonistas do ER, como o tamoxifeno, ou pela inibição da síntese endógena, como inibidores da aromatose, tais como: anastrozol e letrozol. Os tumores negativos para ER não apresentam proliferação dependente de estrogênio e, portanto, não apresentam indicação para terapia com tamoxifeno ou com inibidores de aromatase. Por outro lado, tais tumores são mais sensíveis as combinações de quimioterápicos de primeira linha, envolvendo antraciclinas e taxanos. Outro marcador tumoral bem caracterizado é o Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico 2 Humano (HER2). O HER2 foi identificado como um marcador de pior prognóstico e de maior agressividade do câncer.


14 de abril de 2018

Registro de Medicamentos Genéricos e Similares

De acordo com a lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, o medicamento genérico é “similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade”. Já o medicamento similar, é “aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca”.
O registro do medicamento genérico ou similar só é possível com a eleição do medicamento de referência, que é um “produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas”. Eles podem ter excipientes diferentes do medicamento de referência qualitativa e quantitativamente, assim como processo produtivo. Porém, é necessário a realização de estudos de equivalência farmacêutica e estudos de bioequivalência com o medicamento de referência, devendo ser apresentado para toda solicitação de registro de medicamento genérico ou similar.  
Além disso, na documentação de registro, deve se apresentar a descrição de cada componente da fórmula do medicamento, com indicação de sua função e respectiva referência das metodologias analíticas de controle de qualidade. Quanto mais próxima for a formulação do genérico ou do similar com a fórmula do medicamento de referência, mais segura será́ a comprovação de sua equivalência terapêutica. 
Para mais informações sobre o registro desses tipos de medicamentos, recomenda-se a leitura da RDC nº 200, de 26 de dezembro de 2017, que dispõe sobre a concessão e renovação de registro desses medicamentos.

Referência:
VIEIRA, F. P.; REDIGUIERI, C. F.; REDIGUIERI, C. F. A regulação de medicamentos no Brasil. Artmed Editora, 2013.

MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS SÃO APOSTA PARA TRATAR DERMATITE ATÓPICA

Acometendo cerca de 20% das crianças e até 3% dos adultos, a incidência da doença vem aumentando gradativamente, principalmente em regiões urbanas, chegando a atingir 20% da população. Porém a causa exata da condição ainda é desconhecida. “Especialistas acreditam que a causa da dermatite atópica esteja ligada a fatores como hereditariedade e doenças da mesma família genética, como asma e rinite alérgica. Além disso, outros fatores como disfunções do sistema imunológico e o ressecamento da pele também podem estar relacionados ao aparecimento da doença.
As lesões causadas pela dermatite atópica aparecem em regiões como rosto, pescoço, cotovelos, mãos, joelhos e pés e, geralmente, estão acompanhadas de inchaço, vermelhidão e coceira. Além disso, devido a aparência, a doença pode abalar psicologicamente o indivíduo. “Podem ocorrer intervalos de meses ou anos entre as crises. Por isso, seu tratamento consiste no controle da coceira, redução da inflamação da pele e prevenção de novas crises através do uso de hidratantes, cremes com corticoides e anti-histamínicos orais.
É importante também fortalecer a barreira da pele, evitando o contato com substâncias alergênicas como pólen, poeira, areia e produtos de limpeza, além de realizar consultas regulares com um dermatologista.
Novas pesquisas na área de medicamentos biológicos, agentes produzidos a partir de células vivas modificadas com o uso da tecnologia, criaram uma benéfica estratégia para o tratamento da dermatite atópica – um dos tipos mais comuns de dermatite e que está entre os principais motivos pelos quais os pacientes visitam um dermatologista.
A dermatite atópica é uma doença crônica e sem cura que causa inflamação na pele, resultando em lesões avermelhadas que apresentam crostas, coçam e descamam.
A novidade foi apresentada no Congresso Americano de Dermatologia, realizado em fevereiro nos Estados Unidos e é um grande avanço na medida em que esse tipo de medicamento é muito mais preciso que as drogas convencionais. Uma injeção subcutânea do princípio ativo Dupilumabe já foi aprovada pela FDA e pela Anvisa para o tratamento da dermatite atópica. O remédio inibe o principal mecanismo inflamatório da doença, impedindo que o paciente desenvolva lesões e coceira na pele, além de ter um tempo de resposta mais rápido. Este novo medicamento marca a entrada da doença na era biológica, com mais agentes já em desenvolvimento.


FONTE: https://vidasaudavel.gazetaesportiva.com/bem-estar/medicamentos-biologicos-sao-aposta-para-tratar-dermatite-atopica/


13 de abril de 2018

O preço do atraso



O Brasil segue um padrão internacional para patentes de medicamentos, onde estabelece o prazo de 20 anos, que começa a ser contado a partir da data do protocolo do pedido. Mas, em razão de uma particularidade da lei brasileira, este prazo pode ser ainda maior, estendendo assim, o período de vigência da patente. 

Afirma-se que este prazo é estendido para compensar a ineficiência do INPI (instituto nacional de propriedade industrial) pela demora da análise da patente. Contudo, tanto a população brasileira quanto o governo, acabam sendo diretamente prejudicados, partindo do ponto em que irá atrasar a oferta de medicamentos genéricos no mercado. 

De acordo com a lei, quando a validade desta prorrogação expira, empresas concorrentes podem fabricar genéricos da droga original, o que deverão ser no mínimo 35% mais baratos. Permitindo, assim, que o medicamento chegue com mais facilidade à população que o necessita.




Para mais informações:  http://www.ie.ufrj.br/intranet/ie/userintranet/ienamidia/arquivo/011020161223_2.pdf 


9 de abril de 2018







A Evolução dos Ensaios Clínicos

  Existem evidências históricas de que ensaios clínicos eram realizados desde a antiguidade, ensaios estes com poucos critérios, embasados mais em empirismo do que em ciência, como a conhecemos hoje.
  Data de 1747, o primeiro ensaio clínico da era moderna, quando os efeitos terapêuticos do tratamento do escorbuto foram testados por James Lind.
Austin Flint, em 1863, inseriu um grupo placebo em doentes com reumatismo, e em 1943, um estudo duplamente cego, com aleatorização foi realizado para pesquisas em doentes com síndrome gripal.       Três anos depois, o primeiro ensaio clínico com os parâmetros de aleatorização tais quais conhecemos hoje, foi realizado em 1946.
  Porém, as primeiras iniciativas governamentais surgiram apenas nos anos sessenta, através de agências como a FDA, no controle da realização de ensaios clínicos, associando as vítimas de malformação ao uso da Talidomida. Os EUA proibiram o uso da Talidomida em seu território, o que rendeu notoriedade a FDA e seus colaboradores, ao resistirem a pressão de laboratórios e outros interessados na comercialização do fármaco. Em 1961, a Talidomida foi retirada do mercado.
  Em 1957, quando a Talidomida chegou ao mercado alemão, era considerada segura, pois nos testes, não conseguiram encontrar uma “dose forte o suficiente para matar um rato”.
Este fármaco então, alcançou grande venda em muitos países, no tratamento de uma série de doenças, desde problemas de pele, até a amenização do desconforto e enjoo na gestação.  No final da década de cinquenta, Ensaios Clínicos criteriosos como os de hoje não aconteciam, de forma que, os efeitos prejudiciais ao paciente poderiam ser percebidos na fase III dos testes, devido ao grande número de pacientes envolvidos neste processo. Muitos médicos realizaram testes por conta própria, prescrevendo a Talidomida para tratamentos nos quais sua eficácia não havia sido provada (off label).
  A falta de critérios nos ensaios clínicos da época, gerou uma legião de indivíduos com má formação e encurtamento de membros em todo o mundo. Em 1965, a Talidomida volta ao mercado Brasileiro, para o tratamento da Hanseníase.
  Até hoje não existem parâmetros seguros para o uso da droga, mas alguns médicos a prescrevem, em casos especiais. Recomenda-se que se as mulheres em idade fértil, engravidem pelo menos um ano após suspender o uso da Talidomida.
  No Brasil, a venda é proibida para o tratamento de mulheres em idade fértil (somente em casos especiais). Homens que se trataram com Talidomida, não devem doar sangue ou esperma, nem devem manter relações sexuais sem preservativo, com mulheres em idade fértil (RDC 140/2003 da ANVISA).
  Mais informações no site http://www.gazetamedica.pt/images/gazetas/3/12.pdf.

8 de abril de 2018


Anvisa registra radiofármaco produzido na PUC-RS



O desenvolvimento e a produção de radiofármacos  representam uma inovação no desenvolvimento da área de Medicina Nuclear em Porto Alegre.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou em novembro de 2017, o radiofármaco Fludesoxiglicose (18F), produzido no Centro de Produção de Radiofármacos (CPR) do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer). O produto passa a se chamar Glicocer e é utilizado em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET), em diagnósticos nas áreas de oncologia, cardiologia e neurologia. O Glicocer é um radiofármaco, ou seja, um medicamento radioativo. O InsCer possui um acelerador de partículas – o cíclotron – que produz a radiação necessária para a fabricação do radiofármaco.

Os radiofármacos produzidos no CPR podem ser utilizados no Centro de Imagem do próprio Instituto, permitindo ainda o estudo mais a fundo de doenças como Alzheimer e Epilepsia. Além disso, pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de novos radiofármacos para diagnóstico de doenças como o câncer de próstata.
Assim sendo,  esses radiofármacos são importantes para o desenvolvimento e tratamento, assim como o estudo da patologia, através desses exames de imagens.

Acesso em: http://www.pucrs.br/blog/pucrs-vai-produzir-seu-primeiro-radiofarmaco/


Desenvolvimentos de Fármacos- Avanços e Perspectivas

''A descoberta e o desenvolvimento de fármacos é um processo multidisciplinar de elevada complexidade e envolve alto custo e longo prazo para execução. Além disso, novos paradigmas provenientes do avanço tecnológico frequentemente afetam e influenciam de modo decisivo este processo. Considerando-se as diversas etapas envolvidas nas fases pré-clínica e clínica são necessários de 10 a 15 anos, prevalecendo uma taxa de insucesso normalmente superior a 95% e investimentos em torno de US$ 1,8 bilhões, segundo alguns estudos''. 

Existem diversas criticas da comunidade cientifica, uma vez que estes estudos não consideram a significativa contribuição da pesquisa na academia e em institutos de pesquisa, que contam com o financiamento governamental. Assim, podemos dizer que um consenso bem estabelecido pode ajudar na produtividade de estágios iniciais de pesquisa resultando em uma economia e contribuindo na redução do tempo de descoberta. Para isto, diversas estratégias são utilizadas, ressaltando-se as metodologias computacionais de Quimioinformática e Bioinformática. 
Mesmo que  o desenvolvimento de fármacos, na grande maioria das situações, envolva a identificação inicial de ligantes, um aspecto de particular relevância que tem apresentado excelentes resultados nos últimos anos é o reposicionamento de fármacos. Além disso, com a grande vantagem de gerenciamento de extensas bases de dados biológicos através de programas computacionais avançados, torna-se possível acelerar estudos visando identificar novas e possíveis aplicações para fármacos aprovados pelas agências de regulação. Isto representa uma particular vantagem em termos de inovação na farmacoterapia de doenças raras e negligenciadas. 

http://www.ictq.com.br/industria-farmaceutica/384-desenvolvimento-de-farmacos-avancos-e-perspectivas

Uso Racional de Medicamentos


A campanha “Uso Racional de Medicamentos” (URM) é uma atividade muito utilizada pela classe farmacêutica para promover uma conscientização da população acerca dos medicamentos. De acordo com a resolução nº 585 de 29 de agosto de 2013 do Conselho Federal de Famácia (CFF) na seção de Glossário da Resolução define-se Uso Racional de Medicamentos como “processo pelo qual os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas necessidades clínicas, em doses adequadas às suas características individuais, pelo período de tempo adequado e ao menor custo possível, para si e para a sociedade”.

Esta campanha compõe uma das ações farmacovigilantes de contato direto com a população para reduzir o consumo desnecessário de medicamentos e, com isto, conter a exposição da população aos efeitos adversos dos medicamentos e também evitar intoxicações.


Apesar de a farmacovigilância ser uma ciência destinada, principalmente, a medicamentos recém-introduzidos ao mercado é necessário também sempre insistir na observação de medicamentos com uso já disseminado entre a população para observar seu comportamento nos mais diversos indivíduos (considerando-se diferentes idades, etnias, sexo, exposição ambiental, doenças agregadas e etc), para agregar cada vez mais conhecimento sobre a substância e evitar transtornos maiores.
Para maiores informações sobre a campanha indicamos a leitura e divulgação da Cartilha de Promoção do Uso Racional de Medicamentos da ANVISA. 

7 de abril de 2018

Importância da Transparência na Pesquisa Clínica


Uma nova droga para ser liberada para a população, passa por uma seria de estudos para ser comprovada sua eficácia, segurança, efeito colaterais, entre outros.
Os estudos se iniciam na fase pré-clínica – testes em animais – e após passam para a fase clínica – teste em humanos -, onde se divide em fase I, II e III.
Toda a pesquisa clínica passa por um comitê de ética e deve estar de acordo com todas as regulamentações para a realização do mesmo.
Mas, nem sempre tudo sai como o esperado. Já ocorreram casos onde a fase pré-clínica foi um sucesso e quando chegou na fase I da pesquisa, onde se testa a droga em pessoas sadias, esta apresentou efeitos colaterais inesperados.
Um caso ocorreu na França em 2016, onde um voluntario teve morte cerebral após o teste com a nova droga.
Existem plataformas como o Clinical Trials e o Rebec, que são uma base de dados onde os estudos clínicos devem ser registrados antes do seu início. Um dos objetivos é conseguir saber como foi o estudo, se positivo ou negativo. O termino da pesquisa deve ser informado para a plataforma que está registrado, a partir daí é possível avaliar se as conclusões batem com os objetivos iniciais. Com isso, impede que os pesquisadores modifiquem os objetivos após terem as conclusões e possibilita que novos pesquisadores fiquem a par de determinada pesquisa, podendo avaliar os acertos e os erros nela contida.

Para mais informações sobre o assunto:



2 de abril de 2018

Garantia da Qualidade Aplicada à Produção de Radiofármacos

Radiofármacos são preparações farmacêuticas com finalidade diagnóstica ou terapêutica (RDC Nº 63, de 18 de dezembro de 2009).
De acordo com artigo publicado na revista brasileira de ciências farmacêuticas, em jan/mar de 2008 o qual aborda o tema Garantia da qualidade aplicada à produção de radiofármacos, estes são produzidos e distribuídos no Brasil há mais de 40 anos pelos Institutos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), particularmente o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), para uso em procedimentos diagnósticos e terapêuticos em Medicina Nuclear. 
Alguns aspectos da produção, distribuição e utilização dos radiofármacos são bastante particulares, diferenciando-se dos fármacos convencionais, tornando necessário estabelecer regulamentação específica para tais produtos. Neste sentido, existem orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) bem como regulamentações de órgãos sanitários de diversos países que já fazem distinção aos radiofármacos nas legislações específicas.
Os princípios de Boas Práticas Farmacêuticas (BPF) de produtos farmacêuticos estéreis, determinados pela OMS, devem ser estendidos à produção de radiofármacos. De acordo com os requisitos das BPF relativos à produção de fármacos estéreis, os mesmos devem ser produzidos em áreas limpas e a entrada para estas áreas deve ser feita por meio de câmaras de passagem de pessoal e de equipamentos/materiais. As áreas limpas devem ser mantidas com padrão de limpeza e fornecimento de ar apropriado, advindo de filtros de eficiência comprovada. Isto protege o produto da contaminação microbiológica do ambiente (Nash, 2003; Jimenez, 2004; Botet, 2006; Zolle, 2007).
Considerando as exigências especificas, as instalações de produção de radiofármacos devem não somente sobreviver às normas regulatórias, que são de suma importância, mas também planejar o crescimento em tais circunstâncias, de modo a atender sua crescente demanda no Brasil.

Para mais informações, acesso em: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n1/a02v44n1.pdf

Comparação entre técnicas de granulação via úmida: leito fluidizado x alto cisalhamento.

            A granulação pode ser realizada por diferentes tecnologias as quais se diferenciam essencialmente nas metodologias utilizadas e,...