26 de setembro de 2012

Erros de medicação ganham espaço nos noticiários

Erros de medicação em hospitais, clínicas e postos de saúde tornam-se cada vez mais corriqueiros, mostrando muitas irracionalidades com o uso de medicamentos na prática dos serviços de saúde.

 
Nos últimos meses, assistimos inúmeros episódios que retratam fatalidades por causa de erros de prescrição, administração ou dispensação de medicamentos, sendo que boa parte deles causam consequências graves aos pacientes, inclusive óbitos. Profissionais médicos, de enfermagem e farmacêuticos geralmente são os protagonistas das histórias, cujas consequências aumentam os gastos com recursos para recuperação da saúde das vítimas, quando não são fatais.

Alguns exemplos são mostrados a seguir.
  • Um professor de 53 anos morreu após receber injeção de penicilina para tratar dor de garganta, em Americana/SP. O médico do Pronto-Socorro prescreveu penicilina sem perguntar ao paciente sobre o histórico de alergias.
     
  • Um bebê de 11 dias foi à óbito depois de receber um medicamento para cólica intestinal, prescrito em um Posto de Saúde. Logo em seguida o bebê começou a apresentar quadro de asfixia e foi levado ao hospital, onde faleceu.
     
  • Um homem de 55 anos foi internado na Santa Casa de José Bonifácio/SP, com queixa de mal estar e vômitos. Foi administrado dipirona endovenosa, logo em seguida o paciente foi à óbito.
  • Oito pessoas morreram após tomar medicamento manipulado no município de Teófilo Otoni/MG. Os pacientes ingeriram o medicamento Secnidazol 500mg e após tomar os 4 comprimidos desenvolveram sintomas de intoxicação, como queda de pressão, redução nos batimentos cardíacos, dor no peito, sensação de desmaio e manchas roxas na pele.
  • Mulher de 71 anos morre após ter recebido uma injeção em um hospital de Botelhos/MG. A vítima deveria ter recebido uma dose da vacina antitetânica por causa de um ferimento com um prego, mas a suspeita é de que foi aplicado uma injeção de relaxante muscular para uso cirúrgico.
  • Menino de 14 anos foi a um hospital de Belford Roxo/RJ por causa de uma contusão, onde foi atendido por um médico que receitou meloxicam 15mg. Após tomar duas doses do remédio, o menino foi a óbito. Este medicamento é contraindicado para menores de 15 anos.
  • Em um hospital de Belo Horizonte/MG uma criança recebeu ácido no lugar de um sedativo. A técnica de enfermagem que administrou o medicamento relatou que os frascos eram muito semelhantes, fato que não justifica o erro. O ácido causou queimaduras graves no esôfago da criança.
  • Uma técnica de enfermagem injetou leite na veia de um bebê, num hospital da região metropolitana de Belo Horizonte/MG. A criança foi internada com pneumonia e era alimentada por uma sonda na boca, recebendo soro na veia. Na hora de repor os frascos, a técnica em enfermagem trocou a medicação pelo leite. A criança foi a óbito.

Este cenário causa preocupação e mostra que algo não vai bem. Se os responsáveis pela marioria dos erros com medicamentos são médicos, profissionais de enfermagem e farmacêuticos, é preciso averiguar o motivo destes problemas.

A responsabilidade pela saúde e bem estar dos indivíduos é dever dos profissionais de saúde, que devem trabalhar de forma ética, isenta de quaisquer conflitos de interesse e em defesa da saúde e da vida.

O Uso Racional de Medicamentos é uma área estratégica que precisa ser estimulada pelo governo, universidades e instituições da área da saúde, para que se promova a racionalidade nos processos de prescrição, administração de medicamentos e na dispensação.

É preciso estimular o Uso Racional de Medicamentos tanto na formação dos profissionais de saúde, no nível superior e no nível técnico, já que a Farmacologia  geralmente tem um espaço muito pequeno nos currículos dos cursos da área da saúde.

Além disso, os profissionais que já atuam nos serviços de saúde também devem ser alvo de estratégias para promover o Uso Racional de Medicamentos. O SUS, representado pelas instâncias municipais, estaduais e federal, é responsável pela formação permanente dos seus trabalhadores, devendo estimular a capacitação contínua destes, inclusive na área de Farmacologia e Uso Racional de Medicamentos.

Todos nós, profissionais, professores e pesquisadores da área da saúde somos responsáveis por este cenário desolador, que precisa ser alterado para o bem da população e em prol da saúde pública.
 

Fonte: Instituto Salus

23 de setembro de 2012

Medicamentos vencidos: faça o descarte correto

Atire a primeira pedra quem nunca fez a limpeza do armário e se deparou com um “monte” de remédios vencidos na farmacinha doméstica… A maioria certamente os jogou no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário, contribuindo para que eles contaminassem solos e cursos d’água com substâncias químicas. Mais ainda, colocando em risco a saúde das pessoas que tivessem contato com esses materiais. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz em 2003 no município de São Paulo apontou que 82,5% da população pesquisada descartava os medicamentos vencidos no lixo doméstico (http://www.oswaldocruz.br/download/artigos/saude20.pdf). Nada bom…
Mas essa situação já pode ser evitada por moradores de várias cidades nas quais o programa Descarte Consciente está em funcionamento. A ação envolve um sistema de recolhimento e destinação correta de medicamentos vencidos ou em desuso (aqueles que ainda estão dentro do prazo de validade, mas que não serão mais utilizados). Criada pela Brasil Health Service (BHS), empresa de tecnologia e inovação em saúde, a iniciativa tem validação da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e é promovida em parceria com integrantes da cadeia produtiva farmacêutica.
Em 2011, o programa chegou a Minas Gerais: lojas da rede Droga Raia no Estado receberam os Ecomed, equipamentos apropriados para o descarte. Além de Minas, o Descarte Consciente tem pontos de coleta em lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Desde o início da ação, em 2010, foram recolhidas mais de 6,4 toneladas de medicamentos descartados, que evitaram a contaminação de mais de 2 bilhões e 880 milhões de litros de água.
Fizemos a nossa limpeza de início de ano e levamos para o Ecomed da Droga Raia Mangabeiras, na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. Quer fazer o mesmo? Confira o endereço das lojas com coletores no site  www.descarteconsciente.com.br.
Ecomed do programa Descarte Consciente
Ecomed do programa Descarte Consciente

Como funciona

As Ecomed são equipamentos de autoatendimento, dotados de uma tela de computador que orienta os usuários sobre o passo a passo do descarte. Há três coletores em cada estação: um para pomadas e comprimidos, outro para líquidos e sprays e o último para caixas e bulas, que devem ser rasgadas antes do descarte. Não há risco de retirada e reaproveitamento dos materiais, pois os coletores têm aberturas do tipo boca de lobo e portas com fechamento a chave, impedindo o acesso ao que foi depositado.
Os equipamentos têm capacidade de 5 kg em cada compartimento. Quando o volume máximo é atingido, o saco plástico é pesado e fechado com um lacre numerado. Além disso,  antes de fazer o descarte o consumidor registra o tipo do medicamento que será depositado por meio do leitor de código de barras da Ecomed. É possível, assim, rastrear os resíduos até o destino final. Todas as informações são enviadas para a central de controle, que gera um relatório e, automaticamente, comunica a empresa responsável pela coleta do material para a remoção. Do Ecomed, os materiais têm seu destino final na incineração ou são levados para os aterros industriais classe 1, dependendo do procedimento adotado em cada município relativo à destinação dos resíduos sólidos de saúde.
O Ecomed também gera informações on-line sobre o volume total de resíduos acumulados. Os dados registrados são usados para a elaboração do “Preservômetro”, índice que permite ao consumidor acompanhar quanto foi recolhido e quais os benefícios para o meio ambiente. As informações são disponibilizadas nas próprias estações de coleta e no site www.descarteconsciente.com.br.

22 de setembro de 2012

Estados Unidos aprovam pílula para prevenir aids

A FDA – agência americana que regulamenta remédios e alimentos – aprovou a indicação do antirretroviral Truvada como forma de prevenir a infecção pelo HIV.
A droga é para ser utilizado na profilaxia prévia à exposição em combinação com práticas de sexo seguro para prevenir as infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco.O Truvada é o primeiro remédio aprovado com essa indicação e é a combinação de dois antirretrovirais: tenofovir com tricitabina.
É uma potencial arma de prevenção da doença, especialmente entre homens que fazem sexo com homens,pois é um grupo de alto risco de contaminação.Apesar de ter várias lacunas, como o aparecimento de possíveis efeitos colaterais a longo prazo, o risco de baixa adesão e o risco de resistência à droga.
O coordenador de cuidado e qualidade do programa de DST/Aids do Ministério da Saúde afirmou que "Estamos falando de resultados obtidos em estudos controlados, em que as pessoas são orientadas e acompanhadas a cada 30 dias. Transpor esses resultados para a vida real, numa política de saúde pública,é totalmente diferente"
O Truvada é mais uma forma de combate à doença de maneira complementar ao que já existe, como fazer sexo seguro, e não como um substitutivo.
 
Fonte:

21 de setembro de 2012

Medicamentos podem se degradar ainda no prazo de validade


O problema da conservação de medicamentos parece não se restringir aos frascos com validade já vencida ou não mais utilizados. 
Cientistas da USP demonstraram que um medicamento, mesmo dentro do prazo de validade, pode formar produtos de degradação tóxicos para os seres humanos.
Um grupo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas está agora desenvolvendo técnicas para identificar e quantificar os compostos gerados por esta degradação, assim como os fatores que contribuem com seu processo de formação.
O objetivo é que as indústrias façam modificações na composição, embalagem e transporte dos medicamentos para evitar o aparecimento de compostos nocivos à saúde.
Os experimentos realizados na USP utilizaram o antineoplásico cloridrato de doxorrubicina, empregado no tratamento do câncer.
“Como o fármaco é injetável, caso haja qualquer produto de degradação, este estará 100% biodisponível na circulação do paciente”, conta a pesquisadora Mariah Ultramari, que realizou os testes. “O medicamento foi exposto à luz e ao calor, submetido à hidrólise ácida e básica e a processos de oxidação, para verificar quais os possíveis produtos que podem se formar durante sua vida útil”.
A pesquisa já identificou quatro possíveis produtos de degradação presentes no medicamento.
“Até o momento foram realizados testes qualitativos, sem medir as quantidades de cada produto”, diz Mariah. “Também é preciso realizar avaliações específicas de toxicidade”.
Quanto aos fatores que levam a degradação, foram identificados preliminarmente a ação da luz, o meio básico (pH superior a 7) e o oxidativo.
Uma vez identificadas as vias da formação dos produtos de degradação, será possível fazer modificações nos medicamentos.
“Um fármaco muito sensível à luz pode ter sua embalagem trocada por um modelo menos transparente, ou, no caso de um comprimido, por exemplo, pode ter seu revestimento alterado”, diz a pesquisadora.
“Se há problemas de oxidação, um antioxidante pode ser incluído como excipiente, ou seja, toda substância que faz parte do medicamento sem ser seu princípio ativo”, ressalta o professor Ernani Pinto, que coordena a pesquisa.
“Todo medicamento sofre degradação, por isso sempre é estipulado um prazo de validade pelas indústrias farmacêuticas. Ao longo desse período, alguns fármacos formam produtos de degradação que podem ser tóxicos e comprometer sua segurança”, aponta o professor.
Fatores como transporte e armazenamento podem favorecer a degradação.
“No exterior, há algum tempo, já são exigidos estes testes para identificar esses produtos. No Brasil, este tema é muito recente e ainda não foi publicada uma regulamentação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está em fase de elaboração, sem data para ser divulgada”.
Apesar disso, a Anvisa já exige testes para novos medicamentos, como forma de preparar as indústrias para a aplicação da norma.
A preocupação com a conservação e o descarte correto de medicamentos é mundial. No Brasil, ela está sendo algo de debates públicos no Senado Federal.
Fonte : Agência USPShare on twitter

18 de setembro de 2012

Especialista une microbiologia e foto para inventar 'xerox' com bactérias




Especialista em microbiologia, o americano Zachary Copfer passou a estudar fotografia e encontrou uma maneira impressionante de unir os dois campos de conhecimento. Ele conseguiu desenvolver uma forma inédita de copiar imagens, usando culturas de bactérias.
Zachary Copfer posa com um famoso retrato de Albert Einstein (Foto: Reprodução)Zachary Copfer posa com um famoso retrato de Albert Einstein (Foto: Reprodução)









A invenção, batizada de 'bacteriografia' pelo estudante da Universidade de Cincinnati, lembra um pouco a pioneira técnica do colódio úmido. Na primeira etapa, Zachary transforma uma colônia de bactérias E. coli em proteína fluorescente e a usa para cobrir uma placa rígida.
Em seguida, ele cobre essa placa com a imagem que ele pretende copiar e a expõe a radiação, criando um "negativo" da fotografia. O crescimento das bactérias na placa resulta na imagem, que é depois "fixada" entre camadas de acrílico e resina.
Ele mostra em seu site algumas imagens que reproduziu, entre cientistas famosos e imagens telescópicas. O que motivou a invenção do artista visual foi a vontade de derrubar a distância imposta pela sociedade entre arte e ciência. "Para mim, o mundo da ciência sempre foi um lugar poético, mais cheio de arte que qualquer outro que eu tenha conhecido", escreve em sua página.

Não sei se vai de acordo com a temática do blog, mais achei muito interessante a fins de compartilhar. Aqui o site do microbiologo: http://sciencetothepowerofart.com/



Justiça condena empresa a pagar R$ 1 milhão a mulher que teve reação a Novalgina

Por entender que uma mulher de 35 anos teve uma grave síndrome decorrente do uso da Novalgina (dipirona sódica), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o fabricante do remédio a pagar indenização de R$ 1 milhão. A decisão amplia o valor da indenização fixado na 1ª instância e mantém a determinação de que o fabricante pague pensão mensal –um salário mínimo até que a paciente complete 60 anos– e o tratamento futuro de Magnólia Almeida.
A empresa, Sanofi-Aventis, afirma que não é possível relacionar o uso do remédio ao caso e diz que vai recorrer.
Em 2007, Magnólia teve a síndrome de Stevens-Johnson, que ataca pele e mucosas, boca, olhos e genitais, formando muitas bolhas e uma espécie de queimadura.
Em grande parte dos casos, a doença se inicia após uso de medicamentos (mais frequentemente anticonvulsivantes e anti-inflamatórios não hormonais) ou infecções. A incidência é baixa: 7,1 casos por milhão de pessoas.
Magnólia afirma que os sintomas começaram após ter tomado dois comprimidos de Novalgina (remédio que tinha hábito de usar), espaçados em oito horas, para combater dor de cabeça e febre.
Logo, continua, os olhos ficaram irritados e surgiram pequenas bolhas pelo corpo, que a levaram ao hospital.
A decisão judicial, tomada em maio e divulgada agora, “é um sucesso que ninguém gostaria de ter”, disse Magnólia em entrevista à Folha.
Ela conta ter tido 90% do corpo queimado, insuficiência renal e infecção generalizada. Cinco anos depois, Magnólia afirma ter passado por 35 cirurgias nos olhos e seis transplantes de córnea.
“Preciso de mais dois transplantes [um em cada olho], eu enxergo vultos. Eu não saio só, porque não vejo buracos”, conta.
Na decisão, os desembargadores citam pareceres médicos e técnicos para relacionar o início da síndrome ao uso do medicamento.
Para eles, apesar de essa síndrome estar listada na bula do remédio como reação possível, “não é razoável o afastamento da responsabilidade [da Sanofi], porque a insegurança do produto extrapolou o padrão previsibilidade do cidadão médio”.
Paulo Criado, dermatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, faz ressalvas à decisão.
“Esse diagnóstico é sempre de suspeição. A gente não tem, laboratorialmente, como determinar se a droga é a causadora. Uma vez que você decide se tratar com a medicina, você assume correr riscos”, completa ele.

“ENTREI EM COMA”, DIZ PACIENTE
Magnólia Almeida recebeu a Folha em sua casa usando óculos de proteção semelhantes aos usados em fábricas.
“Deixa eu colocar o outro, porque essa luz me incomoda”, disse, trocando o par por outro de lentes amarelas.
Técnica em enfermagem e mãe de um menino, Magnólia está aposentada pelo INSS. Mora nos fundos de um terreno dos pais em Taguatinga (DF). Além da dificuldade na visão, enfrenta problemas ginecológicos.
“Os médicos não sabem como estão meus órgãos. Meu canal vaginal fechou, os médicos não têm como examinar meu útero, os ovários.”
Todo o tratamento oftalmológico, diz ela, foi privado e feito em São Paulo. Por isso, comemora a decisão do Tribunal de Justiça, que manteve a determinação de que a empresa pague pelos tratamentos futuros da doença.
“O que a gente vai ganhar não compensa muito [os gastos e o desgaste]. Mas, se eles pagarem a continuidade do tratamento, vai valer a pena.”
O frasco do lubrificante manipulado que usa nos olhos, diz, custa R$ 20. Entre 15 e 20 são usados por mês.
Segundo ela, a renda mensal familiar é de R$ 2.700, e os médicos alertaram que, na rede pública, ela não teria a atenção adequada para um caso tão grave como esse.
Ela cita Deus quando fala do que passou. “Entrei em coma três vezes. Na primeira me deram duas horas de vida. Tudo parou de funcionar. Só Deus mesmo.”
OUTRO LADO
Na ação, a Sanofi-Aventis afirma que Magnólia já apresentava irritação nos olhos antes de tomar a Novalgina e que a ficha hospitalar da paciente apontava uso de outro medicamento (paracetamol).
À Folha, a empresa afirmou que a síndrome é rara e ocorre de forma espontânea, sem estar relacionada ao uso de remédios ou outra causa conhecida, em entre 25% e 50% dos casos. A empresa reforçou que cerca de cem medicamentos foram relacionados à síndrome e que a doença está listada como reação adversa possível na bula, como determina a Anvisa.


Editoria de arte/folhapress
Editoria de arte/folhapress
Fonte: Jornal Folha Online

17 de setembro de 2012

Venda de remédios em gôndolas de farmácias causa polêmica

Presidente do Conselho Federal de Farmácia diz que decisão é retrocesso.
Anvisa liberou a exposição de remédios nas gôndolas das farmácias.


Desde o dia 27 de agosto está liberada, pela Anvisa, a venda de remédios isentos de receita, nas gôndolas das farmácias. Mas, os farmacêuticos alertam para os riscos da automedicação com o fácil acesso aos medicamentos. Todo medicamento que pode chegar ao paciente sem a necessidade de prescrição médica agora pode ser vendido fora do balcão de uma farmácia.

Isso inclui uma lista extensa de medicamentos contra a gripe, antiácidos, alguns analgésicos e traz para o dia-a-dia das pessoas uma mudança de hábito significativa, que não deixa de ser também polêmica. Os farmacêuticos acham que a medida oferece riscos à saúde das pessoas porque, entre outras coisas, estimula a automedicação.

O medo maior de quem é contra a medida vem dos efeitos da medicação voluntária que, certamente, é realizada por quem desconhece a fórmula usada na produção do remédio. O Conselho Federal de Farmácia , o Conselho Federal de Medicina e a Federação Nacional dos Farmacêuticos divulgaram, nota à sociedade na qual criticam, a decisão tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

De acordo com a Anvisa, a decisão de posicionar os remédios de venda livre atrás do balcão não contribuiu para reduzir o número de intoxicações no Brasil. Em abril deste ano, o tema foi submetido a uma consulta pública, que ficou aberta por um período de trinta dias. As contribuições apontaram para o fim da proibição. O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva afirma que a decisão da Anvisa é um grande equívoco. " No nosso entendimento houve um grande equívoco nessa decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O que questionamos muito foi para que se colocar um assunto desse em consulta pública, e promover a realização de audiência pública, se o resultado não é respeitado pela própria agência. É um retrocesso", afirmou.
 
 
Anvisa aprova parceria para produção de medicamentos e transferência de tecnologia






A Diretoria Colegiada da Anvisa (Dicol) aprovou, nesta quinta-feira (13/9), em reunião pública, uma resolução que cria os procedimentos necessários para o registro de produtos em desenvolvimento e de transferência de tecnologia, em parceria público/privado ou público/público, de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS). Os produtos em desenvolvimento devem ter o aval do Ministério da Saúde e serão acompanhados pela Anvisa.

A ação deverá alavancar a indústria farmacêutica brasileira e diminuir a vulnerabilidade do SUS em relação à dependência externa de produtos e de tecnologias para a saúde. A resolução aprovada pela Anvisa se insere nas propostas do programa Brasil Maior e está fundamentada na política industrial brasileira. Além disto, a resolução amplia mecanismos e práticas estratégicas para a ampliação do acesso a novas tecnologias de interesse para o país, além de permitir uma economia de cerca de 25% no valor do que hoje o Brasil importa para o setor saúde.

O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, relator da matéria, disse que “esta ação é de alta relevância para a saúde pública e para o desenvolvimento do complexo industrial da saúde”. Barbano salientou que o registro concedido na fase preliminar de desenvolvimento do produto não autoriza o fabricante a comercializá-lo e nem tão pouco que seja consumido”. O diretor-presidente disse ainda que “cabe à Anvisa a tomada de decisão dentro do marco político e este tema tem relevância total dentro da saúde”.

Representantes dos laboratórios Bionovis e Farmabrasil, presentes à reunião pública, elogiaram a iniciativa e informaram que têm condições de colocar no mercado um novo produto, ou transferir tecnologia, entre 18 e 36 meses. Os representantes também enalteceram a capacidade regulatória da Anvisa, que se assemelha aos melhores padrões internacionais, conferindo segurança para quem utiliza produtos e serviços certificados pela Agência.



imprensa/Anvisa

REMÉDIOS QUE VIRAM DOENÇAS.

09/09/2012 - O Globo

Eles são acessíveis, relativamente baratos, fáceis de tomar, provocam alívio quase imediato e, para muitos, parecem totalmente inofensivos. No entanto, especialistas alertam que o uso abusi
vo de alguns medicamentos simples, como descongestionantes nasais, antiinflamatórios, analgésicos e antibióticos, pode levar a intoxicações graves ou ao retorno dos sintomas desagradáveis.

Os seus riscos também preocupam a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que admite falhas no controle da venda de remédios e informa que deverá partir para uma nova estratégia: mais campanhas e maior fiscalização nas farmácias.

Informações do Datasus 2012 mostram que o consumo excessivo de medicamentos é a principal causa de intoxicação no país: 9.869 (37%) casos até junho. A curva cresceu 135% de 2007 — início dos registros de intoxicações exógenas (onde inclui-se a por remédio) — a 2011, ano que registrou 63.308 casos no Brasil. Crianças entre 1 e 4 anos são as mais afetadas (cerca de 30%).

ALERTA PARA OS DESCONGESTIONANTES

Por experiência, sabemos que os descongestionantes são os principais causadores de intoxicações por uso acidental, especialmente em crianças — disse a coordenadora clínica do Centro de Controle de Intoxicações da UFF, Lília Ribeiro Guerra. — Noto as intoxicações aumentarem a cada dia, mas não há uma política eficiente de prevenção.

Além disso, o nosso centro hoje é o único do estado do Rio.

Somente depois do susto de ter a sobrinha Ana Clara Costa, de 14 anos, internada por três dias na UTI do Hospital Quinta D’Or, Solange Costa se convenceu do perigo do uso indiscriminado de descongestionante nasal: — A Clara começou a usá-lo por causa de uma gripe há dois anos. Como é vendido sem receita, virou um vício.

Um dia ela começou a passar mal, a ter tonteiras, ver tudo escuro, chegou a desmaiar no chuveiro. Os batimentos foram a 40 por minuto e a pressão caiu muito rápido. Foi a 7 por 4 — conta.

Segundo a pediatra da emergência que atendeu Ana Clara, Sabrina Barreira, este não foi o primeiro caso de intoxicação por descongestionante nasal.

— Já atendi crianças intoxicadas com a nafazolina, presente em alguns descongestionantes, e que precisa de receita médica. Esta substância não pode ser administrada para crianças abaixo de 12 anos. A versão infantil é composta de cloreto de sódio, que serve apenas para limpar o nariz. Os alérgicos adultos o usam com frequência, mas eles podem ter efeito rebote, ou seja, podem levar ao aumento da congestão nasal.

NOVA AUDIÊNCIA PÚBLICA ESTE MÊS

A coordenadora da Cardiologia do Quinta D’Or, Jacqueline Sampaio, lembra que, até para adultos, o uso não deve ser feito sem prescrição médica.

— Indivíduos cardiopatas, hipertensos, podem ter aceleração do coração, mesmo em doses normais. Há, portanto, pessoas que não podem usá-lo.

Em 2010, a Anvisa determinou a venda de antibióticos com retenção de receita médica para combater as bactérias superresistentes. Apesar de não necessitarem prescrição para venda, analgésicos e anti-inflamatórios também preocupam a agência. Dados dos últimos dois meses do IMS Health, empresa de consultoria em marketing farmacêutico, mostram que Dorflex, Neosaldina e Torsilax foram os mais vendidos no país. A Anvisa chegou a determinar que os comprimidos ficassem atrás do balcão das farmácias. Por não ter surtido efeito, a decisão foi revogada.

— A Anvisa dá um passo à frente e dois atrás — criticou a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas da Fiocruz, Rosany Bochner, que ainda cobrou embalagens de remédios mais seguras e um maior controle das propagandas.

Segundo o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, em 27 de setembro haverá em Brasília uma audiência pública para discutir a venda consciente de remédios. Ele reconhece a necessidade de campanhas e as falhas no controle das farmácias, e diz que a retenção de receitas não é melhor saída.

— Deve ser zero o número de punição por venda indiscriminada de droga tarjada. Há uma cultura de convivência passiva da farmácia e dos agentes de vigilância.

Num curto prazo, queremos mudar o comportamento, aumentando o controle e as atitudes educativas — afirma Barbano. — Temos capacidade de controle de fabricação e distribuição com rigor de países desenvolvidos, mas nas farmácias vivemos uma fragilidade de país subdesenvolvido.

Superdosagem - Alerta para os medicamentos

ANTIBIÓTICOS. Em 2010, a Anvisa determinou a retenção de receita médica para a venda de antibiótico. A norma anterior já previa a venda apenas com prescrição médica, o que não era cumprido. O uso excessivo de antibiótico vinha levando à reprodução de bactérias multirresistentes e reduzindo sua eficácia. O uso abusivo pode provocar lesões hepáticas e surdez.

PARACETAMOL. A substância compõe analgésicos e deve ser administrada a cada seis horas. Se usada na dose errada, pode causar hepatite fulminante, levando até à morte. Em períodos de epidemia de dengue, o Centro de Controle de Intoxicações, em Niterói, registrou casos de superdosagem.

Nos EUA, a FDA (agência de controle de remédios) determinou que os fabricantes advertissem os consumidores sobre possíveis danos ao fígado.

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO. Os comprimidos AAS estão entre os mais vendidos no mundo e têm função anti-inflamatória, mas sua superdosagem pode levar a lesões hepáticas. Além disso, deve ser evitado em pacientes contaminados pela dengue.

DIPIRONA. Prescrita para combater dores, a substância foi proibida nos EUA, sob a justificativa de que causaria agranulocitose (redução do número de leucócitos). Estudos posteriores e a Anvisa discordam. A substância pode provocar alergias.

Jornalista: Flávia Milhorance





Pesquisadores buscam novos métodos para identificar produtos de degradação em medicamentos

produto-degradacao-medicamento Um medicamento, mesmo dentro do prazo de validade, pode formar produtos de degradação tóxicos para os seres humanos. Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, pesquisadores desenvolvem métodos para identificar e quantificar os produtos de degradação, assim como os fatores que contribuem com seu processo de formação. Com esses estudo, as indústrias poderão fazer modificações na composição, embalagem e transporte dos medicamentos para evitar o aparecimento de compostos nocivos à saúde.
Os experimentos utilizaram o antineoplásico Cloridrato de Doxorrubicina, empregado no tratamento do câncer. “Como o fármaco é injetável, caso haja qualquer produto de degradação, este estará 100% biodisponível na circulação do paciente”, conta a pesquisadora Mariah Ultramari, que realizou os testes. “O medicamento foi exposto à luz e ao calor, submetido à hidrólise ácida e básica e a processos de oxidação, para verificar quais os possíveis produtos que podem se formar durante sua vida útil”.
A pesquisa já identificou quatro possíveis produtos de degradação presentes no medicamento. “Até o momento foram realizados testes qualitativos, sem medir as quantidades de cada produto”, diz Mariah. “Também é preciso realizar avaliações específicas de toxicidade”. Quanto aos fatores que levam a degradação, foram identificados preliminarmente a ação da luz, o meio básico (pH superior a 7) e o oxidativo”.
Uma vez identificadas as vias da formação dos produtos de degradação, é possível fazer modificações nos medicamentos. “Um fármaco muito sensível a luz pode ter sua embalagem trocada por um modelo menos transparente, ou no caso de um comprimido, por exemplo, pode ter seu revestimento alterado”, diz a pesquisadora. “Se há problemas de oxidação, um antioxidante pode ser incluído como excipiente, ou seja, toda substância que faz parte do medicamento sem ser seu princípio ativo”, ressalta o professor Ernani Pinto, da FCF, que coordena a pesquisa.

Testes


“Todo medicamento sofre degradação, por isso sempre é estipulado um prazo de validade pelas indústrias farmacêuticas. Ao longo desse período, alguns fármacos formam produtos de degradação que podem ser tóxicos e comprometer sua segurança”, aponta o professor. Fatores como transporte e armazenamento podem favorecer a degradação. “No exterior, há algum tempo, já são exigidos estes testes para identificar esses produtos. No Brasil, este tema é muito recente e ainda não foi publicada uma regulamentação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está em fase de elaboração, sem data para ser divulgada”.
A pesquisa com o Cloridrato de Doxorrubicina, que faz parte do doutorado de Mariah, irá detalhar a identificação e quantificação dos produtos de degradação mais importantes do fármaco. Os estudos de degradação forçada (também chamados de estudos de estresse) servirão para desenvolver um método indicativo de estabilidade que servirá especificamente para encontrar produtos de degradação em medicamentos.
“Atualmente, todas as indústrias realizam estudos de estabilidade para estipular o prazo de validade de seus medicamentos”, conta a pesquisadora. O método seria aplicado em amostras originárias desses estudos, para descobrir se há produtos de degradação, em que quantidade se encontram e se estão dentro dos limites a serem estabelecidos pela Anvisa. Conforme a dosagem, a presença dos produtos deverá ser notificada (em caso de baixas concentrações), suas moléculas ativas identificadas (concentrações médias) e a toxicidade demonstrada (concentrações mais altas dosagens).
De acordo com o professor da FCF, embora a Anvisa ainda não tenha publicado nenhuma resolução específica sobre produtos de degradação, ela já exige testes para novos medicamentos, como forma de preparar as indústrias para a aplicação da norma. “Este é um grande desafio para os fabricantes nacionais, pois a identificação exige equipamentos sofisticados, de custo elevado, que só existem na academia”, afirma. “Por isso, as empresas tem procurado as universidades para desenvolver essa metodologia”.

 http://pfarma.com.br/noticia-setor-farmaceutico/estudo-e-pesquisa/890-pesquisas-buscam-identificar-produtos-de-degradacao-em-medicamentos.html

16 de setembro de 2012

Composto químico presente em embalagens de alimentos está associado a doenças cardiovasculares

 

Composto químico ácido perfluorooctanóico pode ser encontrado em embalagens de pipoca, por exemplo
Composto químico ácido perfluoro-octanóico pode ser encontrado em embalagens de pipoca, por exemplo (Thinkstock)
A exposição a um composto químico utilizado na fabricação de produtos domésticos comuns, como lubrificantes, ceras, revestimentos de papel e embalagens de alimentos (de pipocas de micro-ondas, por exemplo), pode desencadear doenças cardiovasculares, segundo um estudo da Universidade de West Virgínia, nos Estados Unidos. Trata-se do ácido perfluoro-octanóico, que, conforme o artigo, está presente na corrente sanguínea de 98% da população americana. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira no periódico Archives of Internal Medicine.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Perfluorooctanoic Acid and Cardiovascular Disease in US Adults

Onde foi divulgada: revista Archives of Internal Medicine

Quem fez: Anoop Shankar, Jie Xiao e Alan Ducatman

Instituição:  Universidade de West Virgínia, Estados Unidos

Dados de amostragem:  1.216 adultos

Resultado: Maiores níveis na corrente sanguínea do composto químico ácido perfluoro-octanóico, utilizado na fabricação de produtos domésticos comuns, como lubrificantes, ceras, revestimentos de papel e embalagens de alimentos, estão ligados à incidência de doenças cardiovasculares
Os autores desse estudo selecionaram 1.216 pessoas que estavam inscritas no Observatório Nacional de Exames em Saúde e Nutrição (Nhanes, na sigla em inglês) entre 1999 e 2004. Eles descobriram que existe uma relação direta entre maiores níveis do composto químico no sangue dos participantes e incidência de doenças cardiovasculares. A associação foi observada mesmo após serem levados em consideração fatores como idade, sexo, peso, pressão arterial e taxa de colesterol na corrente sanguínea.
"Nossos resultados contribuem para as evidências crescentes de que o ácido perfluoro-octanóico prejudica a saúde. No entanto, como o estudo foi observacional, não podemos determinar se essa relação foi causal", escreveram os autores. Segundo ele, é muito importante identificar novos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, por representarem um grande problema de saúde pública.
"Faria sentido eliminar ou limitar o uso do ácido perfluoro-octanóico na indústria por meio da legislação e regulação, e melhorar as técnicas de purificação da água", disse Debrabata Mukherjee, do Centro de Ciência e Saúde da Universidade Texas Tech, que não participou do estudo. 

Remédios em gôndolas

Gostaria que a turma desse sua opinião a respeito deste assunto.

14 de setembro de 2012



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