22 de março de 2017

Uso de medicamentos off-label ou não licenciados para pediatria em hospital público brasileiro

     
         Devido o limitado uso de medicamentos na pediatria, ocorreu um estudo em um hospital público no nordeste brasileiro, onde foi analisado a indicação terapêutica de pacientes do 1° trimestre de 2012. Segundo a ANVISA, off-label ou não licenciados se caracteriza como sendo o uso que não consta em bula e que é diferente das informações da licença concedida pela Agência para utilização em determinada faixa etária. Por ainda não ser aprovado, se torna uma responsabilidade médica, podendo se tornar um erro médico, mas em grande parte das vezes trata-se de um uso essencialmente correto. Embora não haja proibição, é necessário ter cautela, para garantir benefícios de seu uso nessa faixa etária.
Para a quantificação dos itens off-label, analisou-se cada medicamento das prescrições, separadamente, sendo estes considerados off-label quando a indicação para o qual haviam sido prescritos eram diferentes das informações da licença do produto em pelo menos uma das fontes consultadas (Bulário ANVISA ou MICROMEDEX/FDA). Foram classificados como medicamentos não licenciados aqueles descritos como contraindicados para crianças ou que a segurança e eficácia não foram estabelecidas para a população pediátrica.
Foram observados 77 diagnósticos, prevalecendo diabetes mellitus tipo 1, gastroenterites virais, doenças reumáticas, dermatites e pneumonia.



Ao comparar os medicamentos, a prevalência entre off-label ou não licenciados separando-se os resultados Bulário ANVISA/Bulas MICROMEDEX/FDA, observou-se que que a porcentagem de itens off-label ou não licenciados segundo a ANVISA foi de 3,7% e 5,2% respectivamente, valores inferiores obtidos por meio da base MICROMEDEX/FDA que foram 11,5% e 6,0% (gráfico 1).
Segundo o Bulário ANVISA, o ácido acetilsalicílico foi o medicamento mais prescrito entre os utilizados de forma off-label e o captopril entre os não licenciados. Em relação à base MICROMEDEX/FDA, obteve-se a metoclopramida e captopril, respectivamente.
                Ainda a escassez de estudos farmacológicos relacionados a população pediátrica, devido a falta de interesse das indústrias farmacêuticas ou aos fatores éticos envolvidos, que contribui para ocorrência de reações adversas a medicamentos. Os dados obtidos através dos prontuários demonstram uma prevalência de prescrição de medicamentos off-label ou não licenciados e segurem a necessidade de adoção de medidas que promovam o uso racional de medicamentos para a população pediátrica. O farmacêutico surge como um profissional capaz de colaborar com o uso correto dos fármacos em pediatria, fornecendo informações para a equipe de saúde e contribuindo para uma farmacoterapia mais segura.


http://www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/artigos/2013040103BR.pdf Aqui está o link para uma melhor leitura do artigo. 

Um comentário:

Unknown disse...

O que me chamou atenção foi que em muitos países o uso da dipirona é proibido devido aos estudos mostrarem o risco de agranulocitose, hipotermia e hipersensibilidade o que em crianças é ainda mais grave. Este estudo observou que no Brasil a dipirona foi o medicamento mais prevalente nas prescrições seguido dos antimicrobianos para infecções do trato respiratório, o que até se justifica se compararmos com as doenças mais frequentes. Não é de interesse para as indústrias farmacêuticas, pois existem muitas restrições terapêuticas para o tratamento de pacientes pediátrico e poucos dados de comprovação científica. E ainda existe a preocupação dos pais em permitir que os filhos participem de ensaios clínicos o que acaba contribuindo para a escassez dos estudos e tais medicamentos acabam sendo lançados sem licença para o uso em crianças e permitindo assim esse " ajuste de doses " e ai entra o papel fundamental do profissional farmacêutico para o uso correto destas medicações.

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