Atire a primeira pedra quem nunca fez a limpeza do armário e se deparou com um “monte” de remédios vencidos na farmacinha doméstica… A maioria certamente os jogou no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário, contribuindo para que eles contaminassem solos e cursos d’água com substâncias químicas. Mais ainda, colocando em risco a saúde das pessoas que tivessem contato com esses materiais. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz em 2003 no município de São Paulo apontou que 82,5% da população pesquisada descartava os medicamentos vencidos no lixo doméstico (http://www.oswaldocruz.br/download/artigos/saude20.pdf). Nada bom…
Mas essa situação já pode ser evitada por moradores de várias cidades nas quais o programa Descarte Consciente está em funcionamento. A ação envolve um sistema de recolhimento e destinação correta de medicamentos vencidos ou em desuso (aqueles que ainda estão dentro do prazo de validade, mas que não serão mais utilizados). Criada pela Brasil Health Service (BHS), empresa de tecnologia e inovação em saúde, a iniciativa tem validação da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e é promovida em parceria com integrantes da cadeia produtiva farmacêutica.
Em 2011, o programa chegou a Minas Gerais: lojas da rede Droga Raia no Estado receberam os Ecomed, equipamentos apropriados para o descarte. Além de Minas, o Descarte Consciente tem pontos de coleta em lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Desde o início da ação, em 2010, foram recolhidas mais de 6,4 toneladas de medicamentos descartados, que evitaram a contaminação de mais de 2 bilhões e 880 milhões de litros de água.
Fizemos a nossa limpeza de início de ano e levamos para o Ecomed da Droga Raia Mangabeiras, na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. Quer fazer o mesmo? Confira o endereço das lojas com coletores no site www.descarteconsciente.com.br.
Como funciona
As Ecomed são equipamentos de autoatendimento, dotados de uma tela de computador que orienta os usuários sobre o passo a passo do descarte. Há três coletores em cada estação: um para pomadas e comprimidos, outro para líquidos e sprays e o último para caixas e bulas, que devem ser rasgadas antes do descarte. Não há risco de retirada e reaproveitamento dos materiais, pois os coletores têm aberturas do tipo boca de lobo e portas com fechamento a chave, impedindo o acesso ao que foi depositado.
Os equipamentos têm capacidade de 5 kg em cada compartimento. Quando o volume máximo é atingido, o saco plástico é pesado e fechado com um lacre numerado. Além disso, antes de fazer o descarte o consumidor registra o tipo do medicamento que será depositado por meio do leitor de código de barras da Ecomed. É possível, assim, rastrear os resíduos até o destino final. Todas as informações são enviadas para a central de controle, que gera um relatório e, automaticamente, comunica a empresa responsável pela coleta do material para a remoção. Do Ecomed, os materiais têm seu destino final na incineração ou são levados para os aterros industriais classe 1, dependendo do procedimento adotado em cada município relativo à destinação dos resíduos sólidos de saúde.
O Ecomed também gera informações on-line sobre o volume total de resíduos acumulados. Os dados registrados são usados para a elaboração do “Preservômetro”, índice que permite ao consumidor acompanhar quanto foi recolhido e quais os benefícios para o meio ambiente. As informações são disponibilizadas nas próprias estações de coleta e no site www.descarteconsciente.com.br.
Um comentário:
Que interessante, parece ser uma boa forma de preservar o medio ambiente e evitar a contaminação.
Todos as cidades deveriam aderir este procedimento, na minha opinião.
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