Em tempos de pandemia, além da
infecção com o vírus e com a descoberta de uma vacina e tratamentos eficazes,
outras preocupações acerca de atitudes da população chamam a atenção de
farmacêuticos.
Devido à falta de conhecimento
e orientações verdadeiras as pessoas recorrem a automedicação, buscando
principalmente vitaminas que prometem aumento da imunidade e ansiolíticos, pois
o isolamento acaba afetando todos psicologicamente.
De acordo com levantamento
realizado consultoria IQVIA, houve aumento de 180% nas vendas de vitamina C e
de 35,6% da vitamina D nos três primeiros meses do ano no Brasil. Já os
medicamentos contra insônia cresceram 40% no Espírito Santo e os ansiolíticos tiveram
alta de 15% nas drogarias do Rio de Janeiro somente em maio.
Segundo pesquisa realizada pelo
jornal A Tribuna, de Vitória (ES) em várias redes de farmácia do Espírito
Santo, o aumento da procura por medicamentos contra insônia se concentra
principalmente em substâncias naturais, como os fitoterápicos. Isso porque, com
o isolamento e a restrição de consultas com médicos por conta da pandemia,
algumas pessoas não têm conseguido receituário médico, que é exigido para os
medicamentos alopáticos.
Nesta fase que o farmacêutico
tem papel fundamental na orientação ao paciente que está desorientado e procura
ajuda, pois o uso indiscriminado de medicamentos pode ter graves consequências,
mesmo com medicamentos comuns como o paracetamol que pode causar hepatite tóxica,
a dipirona que oferece risco de choque anafilático e agranulocitose, e o
ibuprofeno que é relacionado a tonturas e visão turva. Já o uso prolongado da
vitamina C pode causar diarreias, cólicas, dor abdominal e dor de cabeça. E com
a ingestão excessiva de vitamina D, o cálcio pode depositar-se nos rins e até
causar lesões permanentes.
Para mais informações acesse o
link: https://www.ictq.com.br/varejo-farmaceutico/1552-covid-19-aumenta-venda-de-ansioliticos-medicamentos-para-insonia-e-vitaminas
9 comentários:
Com a falta de conhecimento as pessoas acabam distorcendo as informações serias divulgadas pelas mídias sociais, e também sendo conduzidas pelas informações falsas. Estes dois fatores somado ao atual sentimento de insegurança gerado pela pandemia pode ser causa significativa para o aumento da automedicação no Brasil, cabendo aos farmacêuticos e outros profissionais da área da saúde de informar e advertir sobre o risco da automedicação.
Paola Thomaz
Evitar a automedicação é algo quase impossível, em relação a esses medicamentos de uso "corriqueiro" como paracetamol e as vitaminas mencionadas, pois querendo ou não se tornaram de uso normal. E em relação aos medicamentos controlados, acredito que, principalmente, os níveis de ansiedade das pessoas estejam piorando nesse momento, mas não concordo que o uso de medicamentos como ansiolíticos devam ser a primeira opção de uso nestes casos. Aliás, em relação à automedicação, os médicos possuem uma grande culpa, pois conheço muitos que vendem receitas para medicamentos controlados, muitas vezes nem veem os pacientes, quem dirá realizar uma avaliação de maneira correta. O ato de conscientizar as pessoas sobre os riscos que acarretam a automedicação, é função do farmacêutico e sim é de fundamental importância, concordo, mas não há como se ter um controle amplo sobre isso, quando nem mesmo os médicos estão conscientes sobre seus atos.
-Thaís
Os suplementos vitamínicos e minerais são considerados de baixo risco pela Anvisa desde 2010, mas é consenso que não se deve tomar esses produtos sem a orientação de um nutricionista, seja para evitar desperdício de dinheiro ou para não prejudicar a saúde.
Diante do cenário atual que estamos vivendo, as farmácias estão se aproveitando da situação e induzindo a compra de vários suplementos alimentares e vitaminas, não estão preocupadas com a saude do paciente e sim com os lucros. Na minha cidade não é nada difícil de “comprar” um receituário medico, simplesmente chegar e pedir o medicamento que quiser e ir para as farmácias comprar várias caixas.
Sobre o uso de vitaminas que está sendo utilizada como pretexto de prevenção à COVID-19, não existe até o momento nenhum dado que comprove a eficácia de vitaminas para o combate ao vírus. As vitaminas são fundamentais para o funcionamento do corpo, porém, em quantidade acima do necessário não são saudáveis.
- Suzele
Com todos os acontecimentos é normal o aumento na procura de medicamentos, seja para aliviar o estresse ou para tentar aumentar a imunidade na esperança de se prevenir contra a COVID-19. O grande problema está na venda de receita sem antecedentes que indiquem a necessidade do uso de tal medicamento, assim como a necessidade de lucro que gera uma venda exorbitante de suplementos, que prometem inúmeros benefícios, mas não são esclarecidos os seu possíveis problemas com o uso além do necessário.
- Eduarda
automedicação é um grande problema, porque as pessoas não tem consciência do quanto pode ser prejudicial a saúde ingerir uma droga sem recomendação adequada.
Encontramos bastante, principalmente nas redes sociais de blogueiros famosos a indicação irracional de medicação, seja pra ansiedade, imunidade e mesmo que um pouco fora do contexto citado acima, para emagrecimento. Mesmo com toda política de não consumo irracional, percebemos claramente a não consciência de boa parte da população, e percebemos que a pandemia veio acarretando muitos destes problemas. É importante que repassemos o quão errado isso é.
Roseana.
O uso de medicamentos fitoterápicos contra a insônia é um tipo de controle também importante, apesar de natural, a fitoterapia também requer cuidados, assim como qualquer outro medicamento mesmo não precisando de receita. As vitaminas precisa ter um controle o qual seria muito bom que fosse dado a partir da verificação de sua precisão através de exames, até mesmo para não haver excesso em seu uso.
Liliane
O medo, o desespero leva as pessoas a buscarem por automedicação, todos estão querendo reforçar a imunidade, desse modo procuram por vitaminas variadas. E o efeito do isolamento deixando as pessoas mais sozinhas, mais deprimidas e a incessante é maior busca de antidepressivos. Infelizmente, as farmácias acabam exacerbando esses desejos dos pacientes e vendendo de forma indiscriminada.
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