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Como vimos anteriormente, a nanotecnologia na área farmacêutica preconiza projetar nanomedicamentos que tenham fármacos encapsulados em partículas nanométricas, as quais atuam como transportadores que são capazes de levar o fármaco para um local de destino específico, seja um receptor ou sítio ativo, para exercer a sua atividade terapêutica com o máximo de segurança. Junto ao medicamento são ligadas outras moléculas que chamamos de marcadores. Marcadores são componentes químicos que têm afinidade com determinadas células de nosso corpo. Estes marcadores são na verdade o equivalente a ter um GPS em mãos, pois é ele que vai endereçar a entrega correta do medicamento.
A maior parte dos nanomedicamentos envolve a utilização de marcadores e também de carreadores que podem ser entendidos como estruturas biocompatíveis e inertes, associadas ou envoltas por uma substância farmacologicamente ativa (medicamento), capazes de a transportarem e a direcionar a um alvo específico do organismo, executando sua liberação, geralmente controlada.
Estes nanocarreadores podem ser de variados tipos, sendo eles:
Nanopartículas poliméricas: que são as partículas mais estudadas para o carreamento de diversos tipos de moléculas terapêuticas, devido à sua excelente biocompatibilidade e biodegradabilidade, além de serem não tóxicas e não imunogênicas. Um dos primeiros relatos da utilização de nanopartículas poliméricas para o tratamento de câncer foi em 1979 quando Couvreur et al. desenvolveram um método simples para a produção de nanopartículas de alquil-cianoacrilato.
Lipossomas ou micelas: que possuem propriedades biológicas atrativas, como biocompatibilidade, biodegradabilidade e isolamento de drogas do meio circundante, e a capacidade de carrear tanto drogas hidrofílicas quanto hidrofóbicas.A primeira formulação lipossomal a ser introduzida no mercado foi a Doxil®, em 1995, para o tratamento do sarcoma de Kaposi associado à AIDS.
Nanopartículas magnéticas: que contêm um núcleo magnético e um revestimento polimérico que propiciam capacidade de vetorização única e ampla gama de aplicações médicas. As propriedades físico-químicas dessas nanopartículas permitem que atuem tanto como agentes terapêuticos quanto de diagnóstico.As nanopartículas de óxido de ferro são usadas como eficientes meios de contraste em exames por ressonância magnética.
Dendrímeros: que são nanoestruturas poliméricas versáteis com arquitetura bem definida, em que múltiplas ramificações partem de molécula única, que forma um núcleo. Essas estruturas são de forma globular semelhante a proteínas fisiológicas, com massa molecular e tamanho determinados, baixa polidispersividade e alto grau de funcionalização na superfície.Os dendrímeros podem encapsular fármacos hidrofóbicos em sua cavidade interna e, assim, aumentar sua solubilidade aquosa, ou associar fármacos em sua superfície.
Existem alguns produtos à base de dendrímeros aprovados pela Food and Drug Administration. Entre eles, é possível citar o SuperFect, da companhia Qiagen, que pode ser utilizado para a transfecção gênica de várias linhagens celulares.56 Já o Stratus CS Acute Care, produzido pela Dade Behring, é usado para o rápido diagnóstico de isquemia miocárdica em doentes com suspeita de ter essa afecção.
A seguir vemos uma imagem de como é cada nanocarreador:
Devido aos marcadores e aos nanocarreadores que os nanofármacos conseguem atuar de forma tão seletiva diminuindo os efeitos adversos.
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