6 de abril de 2022

Estudos Pré-Clínicos

 

O Uso de Tixagevimabe + Cilgavimabe para profilaxia pré-exposição de COVID-19 no Brasil


            No dia 24 de fevereiro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da sua Diretoria Colegiada, aprovou para uso emergencial no Brasil o medicamento Evusheld®️ (cilgavimabe + tixagevimabe), descobertos pela Vanderbilt University e licenciados pela AstraZeneca em junho de 2020. Trata-se do primeiro medicamento aprovado desde o início do período da pandemia para uso de profilaxia no país.

                                      

            Tixagevimabe e Cilgavimabe são pertencentes a classes de anticorpos monoclonais IgG1 humanos recombinantes. Os mesmos se ligam a diferentes epítopos no domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína spike do vírus SARS-CoV-2 e, assim, inibe sua ligação à enzima conversora de angiotensina 2 do receptor do hospedeiro e, consequentemente, sua entrada na célula.

            Para sua aprovação, o medicamento foi submetido a ensaios pré-clínicos, realizados em testes in vivo em animais de infecção por SARS-Cov-2. Esses ensaios mostraram que a administração do Tixagevimabe + Cilgavimabe diminuiu a carga viral e o processo inflamatório nos principais órgãos alvos de infecção do vírus, como o pulmão.

            Contudo, os ensaios não clínicos também identificaram resultados importantes referentes a ação farmacológica do medicamento, como o efeito de sinergismo, ocasionado pela a combinação desses anticorpos, no processo de neutralização viral e, assim, um potencial probabilidade de redução da resistência à terapia por possíveis mutações gênicas do vírus. Além destes ensaios, testes in vitro demostraram que o fármaco teste foi capaz de neutralizar importante variantes, como a gamma e a beta. Um grande avanço para o controle da pandemia no Brasil.


Link para mais informações referente ao medicamento:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-02/anvisa-aprova-remedio-contra-covid-19-para-imunocomprometidos

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/anvisa-autoriza-uso-emergencial-de-novo-medicamento-contra-covid-19

 

REFERÊNCIAS:

ANVISA. Guia para solicitação de autorização temporária de uso emergencial de medicamentos para COVID-19. Guia nº 49/2021 – versão 1, de 12/05/2021.

ANIVISA. Anvisa autoriza uso emergencial de novo medicamento contra Covid-19. 2022. Disponível em: <ttps://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2022/anvisa-autoriza-uso-emergencial-de-novo-medicamento-contra-covid-19>.

CONITEC, Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT). AZD7442 (tixagevimab e cilgavimab) para prevenção e tratamento da COVID-19. Alerta de novembro, 2021.


8 comentários:

Isadora e Mônica disse...

Através dos ensaios pré-clínicos é possível avaliar os efeitos farmacológicos além dos efeitos toxicológicos de uma molécula candidata a ser um novo medicamento, sendo de vital importância para garantir a segurança de seu uso.
Vale ressaltar que o Evusheld é indicado para pessoas imunocomprometidas graves, não sendo um substitutivo à vacinação da população em geral, sendo recomendado apenas para pessoas não infectadas pela COVID-19, e que tenham as defesas imunológicas comprometidas por outras doenças ou que não possam ser vacinadas contra a covid-19. Dessa forma é uma opção para as pessoas que não desenvolvem uma resposta imunológica adequada às vacinas ou que possuem alguma contraindicação à imunização por serem intolerantes a algum componente da vacina.
Monica

Luana Rosa disse...

Através desse estudo é possível o surgimento de novas opções de tratamento para doenças que até o momento pode não ter ocorrido da maneira satisfatória, pois a descoberta de novos fármacos pode facilitar na cura de doenças de forma mais rápida e eficaz diminuindo o período de tratamento e consequentemente o seu custo. Nesta fase assim como em todas as outras a importância de profissionais bem preparados se torna essencial já que a continuidade dos estudos dependera unicamente dos resultados obtidos com os teste desse etapa, resultados esses que bem avaliados determinaram toxicidade e outros possíveis efeitos causados pelo candidato a medicamento.

Anônimo disse...

Pensar em uma profilaxia para pacientes imunosuprimidos, além da vacina para Covid-19 nos dá esperança de que as coisas estão realmente melhorando. A profilaxia com anticorpos monoclonais será um plus para pacientes que não desenvolvem uma adequada resposta imunológica frente às vacinas, aumentando as chances desses pacientes não terem agravo no seu quadro clínico caso sejam infectados pela Covid-19.

Thiago, Édina e Francine disse...

É muito prazeroso acompanhar o crescimento da utilização de anticorpos monoclonais na prática, e mais prazeroso ainda que tenha sido frente a uma patologia onde muito se criaram especulações e teorias sobre tratamentos sem embasamento científico.
Thiago Vargas

Anônimo disse...

Um grande avanço no controle da pandemia, pacientes que possam usar esse medicamento e não agravar o quadro de infecção. Anticorpos monoclonais também são usados para tratar diversas outras doenças. Fran

Mariana e Paula disse...

A profilaxia pode ser uma importante arma contra a doença naquelas populações mais vulneráveis ​​com risco de hospitalização e , como leucemias, imunodeficiências, muito bom que tenhamos cada vez mais descobertas como essa.
Mariana

Anônimo disse...

Muito interessante o post! Foi bem explicativo e desenvolvido.
É um avanço rápido de estudos levando em consideração que a doença é recente e por esse mesmo motivo tenho receio dos medicamentos.

Thiago, Édina e Francine disse...

Interessante ver o uso de anticorpos monoclonais sendo utilizados como profilaxia para uma doença tão recente e como é satisfatório ver pouco a pouco o avanço nessa área.

Édina Barcelos

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