“MEDICAMENTO
DA PFIZER E MSD TÊM AÇÃO IGUAL À IVERMECTINA”
ESTUDOS
PRÉ-CLÍNICOS RESPONDEM.
Durante o período de pandemia,
várias notícias foram divulgadas nas mídias sociais referente a medicamentos já
existentes no mercado capazes de terem ação contra a infecção do vírus do COVID-19.
Entretanto, no início deste ano, uma matéria postada e viralizada nas redes sociais
explanava uma semelhança de eficácia antiviral contra o vírus SARS-CoV-2 entre os
medicamentos Paxlovid, produzido pela Pfizer, e o Molnupiravir, desenvolvido
pela MSD, em relação a Ivermectina.
O Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir) é um medicamento antiviral que possui uma ação inibitória à enzima protease, a qual é essencial para a replicação do vírus no hospedeiro. O mesmo medicamento passou por estudos pré-clínicos de segurança que comprovaram sua ação e eficácia contra o vírus da COVID-19. Já Monupiravir, é um fármaco que irá ter sua ação diretamente ao material genético do vírus, ele induzirá a erros no processo de codificação genética e, consequentemente, impedindo a replicação viral. Estudos in-vivo apontaram que o uso de Molnupiravir reduziu significativamente a carga viral de SAR-CoV-2 no trato respiratório de furões infectados e suprimiu a transmissão para animais não tratados.
Em contramão, a Ivermectina, é um fármaco largamente usado como antiparasitário, no tratamento contra parasitos intestinas e ectoparasitas, como piolhos e carrapatos. Seu mecanismo é variado, porém sua ação principal está relacionada com o processo mecânico do parasito, pois a molécula induzirá uma paralisia muscular e, consequentemente, facilitando a sua eliminação.
Com a pandemia do COVID-19, esse
medicamento passou por diversos estudos pré-clínico in vivo, os quais
apontaram algumas possibilidades relacionadas às proteínas que atuam no
transporte de aminoácidos e outros matérias intracelulares no vírus. Contudo,
após diversos testes, foi comprovado que para uma ação com efeito esperado
contra o SAR-CoV-2, seria preciso uma dosagem muito elevada, muito maior que a
permitida para uso em seres humanos.
Contudo, através dos estudos pré-clínicos realizados entre os medicamentos citados, foi possível concluir que os medicamentos Paxclovid e o Molnupiravir possuem uma atividade contra o vírus muito mais eficaz e significativa em relação a Ivermectina, a qual sua atividade não é assegurada e comprovada. Com esses fatores apresentados, é possível concluir que essa notícia espalhada nas redes sociais é falsa, sem amparo científico.
Referências e links para mais informações:
https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2022/01/14/verificamos-medicamentos-pfizer-msd-ivermectina/
http://conitec.gov.br/images/Artigos_Publicacoes/Radar/20211028_AlertaMHT_Molnupiravir_COVID-19.pdf
http://conitec.gov.br/images/Artigos_Publicacoes/Radar/20211123_Alerta_MHT-Paxlovid_para_COVID-19.pdf
7 comentários:
Com essa matéria, conseguimos perceber a importância da área da pesquisa. Através dela, foi possível esclarecer fatos divulgados erroneamente em relação a ivermectina, o que foi muito discutido principalmente no início da pandemia.
Parabéns pela matéria clara e objetiva.
Muito interessante essa comparação com a ivermectina e o novo medicamento contra a infecção da covid.
Durante a pandemia muitas pessoas fizeram uso da ivermectina, a procura desse medicamento aumentou expressivamente, por conta de fakenews divulgadas pelas mídias sociais referente a sua eficácia ao vírus COVID-19, interessante conhecer que através de estudos pré clínicos é possível desmistificar esses mitos.
Esse comparativo é útil para clarificar o quão ineficaz é a ivermectina na prática, tendo como exemplo um medicamento confeccionado justamente com essa finalidade.
Thiago Vargas
A ação deles é bem distinta, importante saber disso para alertar a população que ainda acredita no resultado da ivermectina no combate ao covid-19. Fran
Ótimo post! Comparações assim são muito validas.
Infelizmente as noticias são quase sempre manipuladas e por isso se da a importância de pesquisas de fontes cientificas e confiáveis.
Comparativo importante, como seria bom se a população tivesse mais curiosidade e acesso a informações verdadeiras e de fontes seguras como este estudo.
Édina Barcelos
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