16 de maio de 2020

Anticoagulante pode reverter casos de pacientes com Covid-19 em estado grave.


 Não é a cura, mas pode ser um tratamento para melhorar as complicações causadas pelo vírus.




Um medicamento anticoagulante poderá salvar a vida de pacientes com a síndrome de dificuldade respiratória aguda, principal complicação da Covid-19, associada aos óbitos pela doença. Uma pesquisa conduzida no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo com 27 pessoas constatou que o uso da heparina, remédio indicado para prevenir trombose, reduziu o tempo de internação e de intubação, mostrando-se uma estratégia promissora para os casos graves da enfermidade.
A pesquisa foi idealizada pela pneumologista Elnara Marcia Negri, do Sírio-Libanês e da Universidade de São Paulo (USP). Ela conta que a idéia partiu quando ela atendeu a primeira paciente com Covid-19. Era uma idosa que apresentava dificuldade para respirar, além de começar a apresentar cianose nas extremidades. “Era um dedinho roxo, concomitante a um quadro de queda abrupta na oxigenação.” O pulmão insuflava facilmente, mas parecia não estar recebendo oxigênio suficiente. Como ela já estava com trombose no dedo, os médicos decidiram pela medicação anticoagulante.
Cerca de seis horas depois, a paciente já respirava bem, a oxigenação havia voltado ao normal e a pele estava rosa. A partir dessa experiência, Negri conversou com patologistas do Hospital das Clínicas da USP que vinham realizando necrópsias em vítimas da Covid-19. Os médicos relataram que observaram microcoágulos nos vasos sanguíneos em várias partes do corpo dos cadáveres.
Citocinas em excesso
As lesões verificadas nos vasos sanguíneos dos pacientes são, de acordo com o estudo de São Paulo, condizentes com a hipótese da tempestade de citocinas, que vem sendo associada à falência de órgãos dos pacientes com a forma grave da doença. Citocinas são importantes substâncias produzidas naturalmente pelo corpo, como forma de combate a agentes externos perigosos, como vírus. Porém, por motivos ainda desconhecidos, em algumas pessoas, o Sars-Cov-2 desencadeia uma resposta extremamente agressiva, com aumento dessas proteínas.
As tempestades também foram observadas em pacientes que morreram de Sars e Mers, doenças causadas por coronavírus semelhantes ao causador da Covid-19. O aumento dessas citocinas provoca inflamações que produzem microcoágulos nos vasos sanguíneos. Com isso, órgãos vitais, como pulmões, deixam de receber sangue e oxigênio, o que provocaria a falta de ar característica da forma grave da doença.
A médica esclarece que o tratamento com heparina não é usado indiscriminadamente. “A gente está usando em todos os pacientes que, pelo sexto ou sétimo dia de internação, apresentam essa hipercoagulação que temos observado, e quando começam a baixar a oxigenação sanguínea. Nesse momento, entramos com o anticoagulante.” Ela, porém, ressalta: “Isso não é a cura da Covid-19. É um tratamento das complicações que o vírus traz quando invade o organismo.”
Referênias:

3 comentários:

Natanieli Santos disse...

Heparina é um possível novo mecanismo de ação do fármaco no tratamento da COVID-19. Além de combater distúrbios de coagulação que podem afetar vasos do pulmão e prejudicar a oxigenação, o medicamento parece também ser capaz de dificultar a entrada do novo coronavírus (SARS-CoV-2) nas células.
Uma pesquisa com a participação de cientistas da Inglaterra e da Itália.Diz :
“Existiam indícios de que a heparina, que é um fármaco que desempenha várias funções farmacológicas, também tinha capacidade de prevenir infecções virais, incluindo por coronavírus, mas as evidências não eram muito robustas.”

Valéria e Vanessa disse...

É de grande importância todas as pesquisas e tentativas que são feitas nesse curto período tão preocupante para todos nós. Acredito que, cada pequena descoberta feita, mesmo que não seja a cura, é de grande relevância para tratamentos, prevenções ou até mesmo que auxilie em estudos mais avançados direcionando o caminho contra o Covid-19.
O anticoagulante heparina, mencionado no artigo, é uma estratégia promissora para os casos graves da enfermidade, visto que, os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis ao coronavírus. Essas pessoas do grupo de risco apresentam um sistema imunológico deficiente apresentando, consequentemente, fragilidade de pulmões, entre outras complicações.
Dessa forma, a utilidade dessa classe de medicamentos atua como aliados no tratamento e conseguindo monitorar/controlar o avanço de pacientes considerados graves, de forma satisfatória contribui reduzindo tempo de internação e de intubação.

Vanessa Martinez da Silva

Elisete/Paola disse...

Pesquisas muito importantes surgem a cada dia, muitas portas e janelas se abrem para pesquisas. muito importante saber que heparina, um anticoagulante de fácil acesso aos nossos hospitais pode vir a salvar vidas, em casos graves, podendo diminuir casos de uso de ventiladores mecânicos, pois ajuda a desfazer os coágulos que são formados na microcirculação do pulmão. Nossa esperança de curas e fim do corona virus cresce a cada dia.
Elisete

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