2 de maio de 2020

Cientistas analisam quais proteínas podem agir contra o coronavírus



Cientistas analisam quais proteínas podem agir contra o ...
Nevan Krogan, biólogo molecular da Universidade da Califórnia e principal autor do estudo

Buscando uma maneira alternativa de combate ao Sars-Cov-2, um grupo de 120 cientistas norte-americanos e europeus conseguiu reconhecer 47 medicamentos já disponíveis nas farmácias, sem obrigação de receita, e que tenham um considerável potencial que afeta as moléculas do corpo humano evitando que o novo coronavírus consiga agir.
            Visto que o desenvolvimento de uma nova droga especifica para este vírus pode demorar anos estes cientistas resolveram focar nos genes humanos e avaliar quais proteínas conseguiriam ser estimuladas provocando uma ação contra o agente responsável da Covid-19.
            Isso se consiste no fato de que o vírus precisa usar nossas células para sua sobrevivência e também para sua replicação, então encontrando alguma substância que impeça que o micro-organismo consiga usar o hospedeiro por consequência não terá como iniciar sua cadeia infecciosa.
            Conciliando a biologia e a informática foi possível desenvolver um modelo computacional com 332 proteínas humanas das quais o vírus depende para infectar as células e se replicar. Após, os pesquisadores avaliaram quais os medicamentos já comercializados ou que estão em fase avançada de desenvolvimento poderiam atingir esses genes e impedir que eles fossem usados pelo Sars-Cov-2.
            O modelo computacional demonstrou que 66 dessas proteínas são sensíveis a 69 compostos que hoje fazem parte de 29 medicamentos já aprovados pela Food and Drug Adminstration (FDA) e 40 estão em fase de ensaio clínico (em humanos) ou pré-clínicos (com animais). A partir destes dados os cientistas começaram a pesquisar, em laboratório, o efeito das substâncias identificadas na interação do vírus com as células humanas.
            Primeiramente, foi introduzido o coronavírus nas células humanas em cultura. Já dentro delas, as proteínas virais se ligaram a proteínas humanas específicas, — como normalmente acontece numa infecção. Depois de identificar as estruturas do hospedeiro usadas pelo Sars-Cov-2, os pesquisadores concluíram que 69 moléculas aparentavam ser mais promissoras para evitar o mecanismo. Sendo que 47 demonstraram eficácia.
            Dentre os medicamentos considerados eficazes para bloquear a interação do vírus com as células estão os inibidores da tradução de proteínas e compostos que modulam os receptores Sigma1 e Sigma2 encontrados em drogas hormonais, antipsicóticos, ansiolíticos, antidepressivos e anti-histamínicos. Os efeitos antivirais mais fortes in vitro foram constatados em uma droga que atualmente esta em ensaios clínicos para câncer de pâncreas, outra já aprovada pela FDA para o tratamento de mieloma múltiplo, em um antipsicótico usado no tratamento da esquizofrenia, também em dois potentes anti-histamínicos , assim como num hormônio feminino, mas em menor grau. Outro medicamento com esse mecanismo que está em fase pré-clínica teve atividade antiviral aproximadamente 20 vezes maior do que a hidroxicloroquina comentada em outros estudos.  A cloroquina que tem causado  polemica também teve resultados eficazes nesta pesquisa porem  usa-la seria de grande risco pelos seus efeitos negativos na função cardíaca e também porque em alguns casos ocorreram mortes pelo seu uso.
            Os pesquisadores alertam, que os estudos não foram realizados em humanos ainda, e que ninguém deve comprar os remédios mostrados no artigo para automedicação. O próximo passo seria investigar melhor estes resultados para em seguida iniciar os testes clínicos.

4 comentários:

Eduarda e Suzele disse...

Esta nova alternativa é muito intensante, já que todos sabemos que as proteínas tem papel fundamental para a instalação dos vírus em nosso organismo. Se for possível detectar uma forma eficaz e segura de interferir nesta fase da infecção, provavelmente estaremos muito próximos de um tratamento.
- Eduarda

Natália e Carolayne disse...

É uma boa estratégia, visto que realmente levaria um tempo prolongado sintetizar um novo medicamento específico para o vírus. Tempo que, atualmente em meio à urgência da pandemia, não temos. O fato que 66 das proteínas são sensíveis a 69 compostos é algo positivo que dá esperança que possa haver alguma descoberta de algum possível tratamento.

- Natália Wirowski

pesquisandoecontribuindo@gmail.com disse...

É muito valioso fazer esses tipos de estudos para descobrir a cura desse vírus, visto que a fabricação de novos medicamentos levam um longo tempo para serem lançados com sucesso e se as proteínas tiverem mesmo esse potencial, poderá ser de grande avalia para saúde e o bem estar da população em geral.
Liliane

Itagiane Borges disse...

A postagem nos remete a pensar o quão completos o devem ser os profissionais que atuam no ramo da pesquisa e desenvolvimento de novas substâncias. Além do conhecimento específico na área que atuam, devem estar sempre buscando conhecimentos, se atualizando frente as mudanças e demandas atuais,para que consigam contribuir e mudar a realidade de uma população.

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