25 de setembro de 2023

Uso de Fitoterápicos: Da Gestação à Terceira Idade


Uso de Fitoterápicos: Da Gestação à Terceira Idade

Gestação: A fase gestacional é constituída por 40 semanas e podemos dividir em duas etapas pelos sintomas, o primeiro trimestre é caracterizado por náusea e vômito, já nos próximos dois trimestres a constipação é uma das principais reclamações. Visando aliviar os sintomas, as gestantes cada vez mais fazem uso de plantas medicinais, não considerando o risco para o bebê e para si mesma, algumas espécies apresentam potencial tóxico, teratogênico e abortivo.

Um estudo realizado com 9.459 mulheres de 23 diferentes nacionalidades, 28,9% reportaram o uso de plantas medicinais durante a gestação. Na América do Sul, 17,9% afirmaram utilizá-las. A maioria das espécies utilizadas serve para o alívio de resfriado e náusea, sendo gengibre, arando, valeriana e framboesa as mais citadas.

É preocupante que parte dos fitoterápicos são consumidos sem prescrição ou orientação médica, entretanto é um grande risco no primeiro trimestre de gestação e na lactação, diversas espécies cujos estudos toxicológicos não estejam concluídos são contraindicados.

Infância: É costume o uso de plantas naturais(medicinais) como prevenção e tratamento em crianças, não só no Brasil como no restante do mundo. Nessa fase da vida, as crianças são acometidas por doenças corriqueiras, como cólicas, distúrbios nas vias respiratórias e etc. É nesse momento que pais ou responsáveis, utilizam do conhecimento repassado de geração a geração com caráter preventivo ou curativo, mesmo não tendo comprovação científica, mas como obtiveram resultados positivos, torna-se o boca a boca.

Mesmo sendo uma prática comum, há riscos para a saúde das crianças, pois desde a forma que é preparada até a dosagem (que não tem como saber), muitas vezes acorrem erros, tornando uma dificuldade também para o profissional de saúde que irá fazer a avaliação da criança, em muitos casos a família não menciona o uso de chás e medicamentos fitoterápicos, por considerar um medicamento natural que por sua vez não causa malefícios.

O sistema imunológico, hepático e renal, na infância, ainda são poucos eficientes para encarregar-se de substâncias estranhas no organismo. Por isso, até mesmo a prescrição de um chá, deve ser feita por um profissional capacitado, que por sua vez, pode recomendar o uso das espécies medicinais que tenham demonstrado segurança e efetividade como primeira linha de tratamento.

Terceira Idade: Com o aumento da expectativa de vida, de forma global, a elevação do número de idosos é considerável. As pessoas estão procurando envelhecer com saúde, e isso acaba sendo um desafio para os médicos e especialistas, que se deparam com questões relacionadas à prevenção e à saúde, para garantir uma qualidade de vida com o objetivo de viver mais e melhor.

No Brasil, os idosos costumam ter uma baixa renda, em alguns casos, a aposentadoria é a única renda familiar, somando-se a isso, se tem o grande número de medicamentos e o alto custo de alguns tratamentos. Nesse contexto o uso de fitoterápicos e plantas medicinais é amplamente difundido e praticado, não só pelo fácil acesso e relativo custo mais baixo, mas também pelo seu uso tradicional. Essa pratica ocorre como primeira escolha de terapia, antes do começo do tratamento convencional.

Referência:

Cechinel Filho V; Ceconni Cechinel Zanchett C. Fitoterapia Avançada: Uma Abordagem Química, Biológica e Nutricional. Porto Alegre, 2020




7 comentários:

Franciele e Mariane disse...

O uso de fitoterápicos por gestantes é uma opção, porém deve ser utilizado com cautela, pois muitas vezes as pessoas pensam que por ser planta medicinal não pode trazer riscos à saúde. O uso indiscriminado pode causar contrações uterinas e provocar até mesmo o aborto. Os fitoterápicos mais utilizados, por esse público, são laxantes. Apesar de ser uma forma de tratamento mais barata, deve ser utilizada com cuidado.

Franciele

Kemilyn e Silvia disse...

A falta de conhecimento por parte da população leva as pessoas com crenças antigas a fazerem uso de fitoterápicos sem o acompanhamento de um profissional capacitado para isso. Por ser uma medicação de livre acesso e de baixo custo seria interessante que se fizesse um trabalho mais direcionado a esse grupo de pessoas principalmente as gestantes. (Silvia)

Alyssa Neumann disse...

O uso de fitoterápicos durante a gestação é um assunto que deve ser abordado e estudado com bastante atenção, pois, embora sejam plantas medicinais, algumas podem causar sérios problemas; podendo até levar ao aborto pela sua toxicidade e causar sequelas no feto por serem teratogênicos, conforme abordado no texto acima. Além disso, tratando-se dos idosos, acredito que seja uma boa alternativa os fitoterápicos para este público, tanto pelo custo benefício quanto pela menor incidência de efeitos colaterais que os próprios tratamentos convencionais trazem, ressaltando que ambos tratamentos devem ser realizados com o auxílio de um profissional da saúde.

Juliana silva disse...

Este artigo é de suma importância, principalmente para pessoas que não possuem as informações adequadas, e acabam aderindo à tratamentos sem saber se estão realmente aptas à ele. Sem saber que nem todas plantas possuem uma alta toxicidade.
Também tem importância para questão de valores e por ser tratamentos com produtos mais naturais.

Amanda e Alyssa disse...

A fitoterapia, embora seja um tratamento com plantas naturais, deve ser utilizada com cautela, principalmente em grupos de riscos, tais como os citados. Importante falar sobre o tratamento com fitoterápicos em crianças, pois eles são bastante utilizados sem muito conhecimento, através de culturas e dos antepassados. Dessa forma, é de extrema importância que os pais estejam cientes do tratamento adequado para seus filhos, pois por mais que ele seja baseado em produtos naturais, precisa-se de um tratamento adequado, dose certa, e frequência controlada podendo trazer possíveis efeitos negativos.
Gostei do assunto abordado, gurias. Principalmente porque a fitoterapia é vista de uma forma de que "já que é natural, não faz mal".

- Amanda

Alessandro e Eduarda disse...

O uso de fitoterápicos e plantas medicinais por pessoas de terceira idade é muito comum, porém deve ser supervisionado. Todos nós conhecemos algum idoso que prefere tomar um cházinho a usar remédios, por exemplo, mesmo pra doenças que não há chás que ajudem. Além disso, a teimosia dos mesmos torna ainda mais difícil o convencimento de não se automedicar, de procurar ajuda profissional e de seguir tratamentos prescritos por profissionais. Diversas vezes os idosos interrompem os tratamentos por conta própria e passam a tomar algum chá que serve para qualquer outra coisa, menos para o que ele espera que sirva, o que pode atrapalhar drasticamente seu tratamento.
- Alessandro

Kemilyn e Silvia disse...

Sabendo que o Brasil é representante de uma significativa porcentagem de pessoas de baixa renda, uma das vantagens dos fitoterápicos é o seu baixo custo e por esse fator tornam-se acessíveis à população; entretanto, é válido ressaltar que o uso excessivo dessa classe terapêutica também representa riscos e o nosso papel como futuros farmacêuticos é de alertar a população sobre esses riscos e orientar sobre as doses corretas a serem administradas e em que casos os fitoterápicos deverão ser evitados. Parabéns pela publicação, gurias!

- Kemilyn

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