2 de setembro de 2023

Nanotecnologia: da Idade Média ao Século XXI

De acordo com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), a nanotecnologia é o estudo de manipulação da matéria em escala atômica e molecular que objetiva a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos onde o objetivo principal não é chegar a um controle individual dos átomos, mas elaborar estruturas estáveis com eles.

A definição mais simples desse termo é dada matematicamente, considerando um nanômetro (nm) correspondente a um metro dividido por um bilhão (1 nm=10-9m).


Comparação entre diferentes estruturas para demonstrar o tamanho de uma nanopartículas

A ideia de utilizar partículas pequenas para construir materiais inovadores surgiu de uma palestra, em 1959, do físico Richard Feynman (1918-1988), que partiu do pretexto “ Por que não podemos escrever os 24 volumes inteiros da Enciclopédia Britânica uma cabeça de um alfinete?”. Porém, apenas em 1974, o pesquisador japonês Norio Taniguchi (1912-1999) utilizou pela primeira vez o termo “nanotecnologia”.

Ainda assim, o título de “pai da nanotecnologia” foi concedido ao engenheiro Eric Drexler, com a publicação só livro “Engenhos da criação: o advento da era da nanotecnologia”, em 1986.


Linha temporal entre os principais nomes do nanotecnologia

Apesar do conceito de nanotecnologia ser novo, poucos sabem que, na verdade, ela já era utilizada há muito tempo, em artefatos como cálices que utilizavam nanopartículas de ouro para intensificar as cores que, dependendo da maneira de como é iluminado, sua coloração varia entre as colorações esverdeadas e avermelhadas.

Cálice de Licurgo

Essas mesmas nanopartículas de ouro utilizadas na idade média, agora fazem parte do desenvolvimento de “fármacos inteligentes” para a cura do câncer de próstata, realizando o transporte do princípio ativo até às células tumorais, potencializando sua ação. Além disso, a incidência de um laser sobre as nanopartículas gera um aquecimento que resulta na morte das células cancerígenas.
            De uma maneira mais específica,  os metais,  como o próprio ouro,  são agentes muito utilizados na terapia do câncer,  cuja importância na nanomedicina é atrativa,  uma vez que podem ser moldadas em vários tamanhos e de variadas formas, apresentando aspectos farmacodinâmicos e farmacocinéticos que favorecem a indução da celula cancerígena à morte.

 As espécies reativas de oxigênio (ERO) geradas pelas nanopartículas induzem apoptose ou necrose nas células cancerígenas. As ERO são moléculas capazes de danificar a membrana celular através de peroxidação e desnaturação proteica, levando a célula à morte. Essa morte celular causada pela geração de ERO é específica das nanopartículas de metais.

A reportagem abaixo explica com mais detalhes a pesquisa desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto, SP, sobre o uso da nanotecnologia no tratamento de câncer de próstata e de pele. 


Vale a pena assistir!

https://www.youtube.com/watch?v=_oOJ1nw5t7o




Referências:

https://www.gov.br/cetene/pt-br/areas-de-atuacao/nanotecnologia
https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/400

2 comentários:

Gabriel Silva e Hellen Kielermann disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriel Silva e Hellen Kielermann disse...

Conheço muito pouco sobre a nanotecnologia, mas é notável observar como, desde a sua concepção por Feynman até o seu uso inovador em tratamentos de câncer, ela se destaca como uma ciência que molda o futuro da medicina. A pesquisa conduzida pela USP em Ribeirão Preto, SP, evidencia o seu potencial revolucionário na luta contra o câncer. Esta leitura é muito interessante e informativa. Parabéns Alessandro e Eduarda!

Gabriel Silva

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