CFF critica dispositivo da MP 549/11 que trata da liberação da venda de medicamentos em supermercados
Data: 10/04/2012
O Presidente do
Conselho Federal de Farmácia (CFF) Walter Jorge João, em nome da
categoria farmacêutica e em favor da saúde da população, manifesta seu
apoio à rejeição do Plenário da Câmara dos Deputados à Medida Provisória
549/11 apresentada pelo deputado goiano Sandro Mabel (PMDB/GO). O
dispositivo rejeitado pelos deputados tratava da liberação da venda de
medicamentos em supermercados.
O Plenário da Câmara aprovou, hoje
(10.04), por 246 votos a 81 e 2 abstenções, o destaque do DEM à Medida
Provisória 549/11 que retirou do texto do deputado Sandro Mabel
(PMDB-GO) a permissão dada a supermercados, armazéns, empórios e lojas
de conveniência para vender medicamentos isentos de prescrição médica,
como analgésicos e antigripais. A MP 549/11, cujo texto principal já foi
aprovado, reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasepe da Cofins incidentes
sobre a importação e a receita de venda no mercado interno de produtos
destinados a beneficiar pessoas com deficiência.
Os deputados Ronaldo Caiado (DEM-GO) e
Mandetta (DEM-MS) criticaram o dispositivo do relatório do deputado
Sandro Mabel (PMDB-GO) – referente à Medida Provisória 549/11 – que
permite a venda em supermercados e lojas de conveniência de medicamentos
sem necessidade de prescrição médica. O líder do governo, deputado
Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o Executivo também é contra a
medida proposta por Mabel e liberou os votos da bancada. PSDB, PSD,
PSB/PCdoB, DEM, PV/PPS, PSOL, PMN, PDT encaminharam o voto contrário à
liberação. Apenas o PMDB declarou-se a favor à medida, enquanto PT, PP,
PTB, PSC e PRB liberaram as bancadas.
Para Caiado, a liberação vai abrir
portas para vendas de medicamentos fora do controle dos órgãos de
vigilância sanitária. "Não há como fazer vigilância sobre esses locais,
que são milhares. Imaginem o quanto não haverá de medicamentos com data
de validade vencida, caixas trocadas", afirmou. Já Mandetta chamou
atenção para o estímulo à automedicação que a proposta poderá trazer,
argumento também utilizado pelo deputado João Ananias (PCdoB-CE). "Isso
pode acarretar a perda de vidas por uso inadequado de medicamentos, um
dos maiores problemas da saúde pública. Não se pode tratar medicamentos
da mesma forma como arroz e bolacha", criticou o parlamentar.
Para o Presidente do CFF, a diferença
entre o medicamento que salva vidas e o veneno, ou a intoxicação, pode
estar somente na dose. “O fato é que o uso de qualquer medicamento deve
ser orientado pelo farmacêutico, para oferecer o melhor resultado
terapêutico e diminuir os riscos de intoxicação. A venda de
medicamentos, que não são produtos comuns, em supermercados,
impossibilita a orientação correta e estimula a automedicação”,
completou Walter Jorge João.
Fonte: CFF
Autor: Veruska Narikawa com informações da Agência Câmara
Autor: Veruska Narikawa com informações da Agência Câmara
Um comentário:
Realmente isso é um absurso!!!
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