As mais recentes diretrizes
de prática clínica da Sociedade Europeia de Cardiologia indicam que doentes com
dislipidemia grave, definida por valores de colesterol de lipoproteína de baixa
densidade (LDL-C) superiores a 160mg/dl, devem tomar medicação
antidislipidémica caso o valor de LDL-C não desça com alterações de estilo de
vida. Para o tratamento farmacológico as estatinas são o tratamento padrão para
a dislipidemia.
O gene SLCO1B1 codifica um
transportador hepático responsável pelo transporte da maioria das estatinas
para o fígado. O alelo C no rs4149056, interfere com a localização da proteína transportadora
na membrana plasmática, resultando numa diminuição da entrada das estatinas
para o hepatócito e consequentemente numa menor redução da concentração de
LDL-C em circulação. Os valores mais elevados das estatinas em circulação estão
por sua vez relacionados com o risco de miopatia e, nos casos mais graves,
rabdomiólise.
O
consumo de medicação antidislipidémica em Portugal sofreu um aumento de mais de
500% em apenas 10 anos, e, no caso das estatinas, esse aumento foi de quase
800%. Das estatinas comercializadas em Portugal, a sinvastatina é 2-3 vezes
mais utilizada que a rosuvastatina ou a atorvastatina. O efeito da variante
SLCO1B1 parece ser específico ao tipo de estatina, sendo mais forte com a
sinvastatina e a atorvastatina, seguidas da fluvastatina, pravastatina e
rosuvastatina.
Este é um estudo realizado em Portugal,
mas, que pode servir como base para estudos na população brasileira. Visto que,
as doenças e o tratamento não mudam de um país para o outro, como pudemos
observar. Pesquisas como esta, nos mostram como é importante o estudo da carga
genética do paciente para lhe prescrever o melhor tratamento e evitar assim o
agravamento da doença ou a toxicidade.
Para mais informações acesse: http://hdl.handle.net/10400.18/4762
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