Radiofármacos podem ser definidos simplesmente como substratos que
contêm um átomo radioativo em sua estrutura, podendo ser considerados como
vetores que apresentam certa especificidade por algum órgão ou uma função
fisiológica ou fisiopatológica. Por sua forma farmacêutica, quantidade e
qualidade da radiação emitida, podem ser utilizados com finalidade diagnóstica
ou terapêutica, qualquer que seja a via de administração empregada, que podem
ser administrados oralmente ou por inalação, mas a grande maioria é administrada
por meio de injeção intravenosa.
Conforme descrito pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
radiofármacos são produtos farmacêuticos que podem ser classificados em quatro
(a) Produtos radioativos prontos para uso;
(b) Geradores de radionuclídeos;
(c) Componentes não radioativos (reagentes liofilizados) para
preparação de compostos marcados com elementos radioativos (geralmente o eluato
de um gerador de radionuclídeo);
(d) Precursores utilizados para marcação de outras substâncias
antes da administração (ex. amostras provenientes dos pacientes, como células
sanguíneas).
O termo "droga radioativa" conforme definido no CFR 21
do FDA ("Code of Federal Regulation nº 21 – Food and Drug
Administration") é aplicado a substâncias que exibem desintegração
espontânea de um núcleo instável (radioativo) com a emissão de partículas ou
fótons e inclui os reagentes não radioativos ou geradores de radionuclídeos
destinados à preparação de tais substâncias, mas não inclui drogas que contêm
apenas quantidades traços de radionuclídeos de ocorrência natural (CFR 21, Part
315).
A
ação da maioria dos radiofármacos é derivada de dois componentes: um componente
não radioativo (um carregador ou ligante) e um componente radioativo (ou
radionuclídeo). Os ligantes ou carregadores dirigem o radionuclídeo a um órgão
específico ou processo, onde o componente radionuclídico pode ser detectado. Os
mecanismos que promovem a ligação do radiofármaco ao sítio alvo podem ser
diversos, envolvendo desde uma simples perfusão sanguínea do composto pelos
órgãos de interesse, até a ligação a receptores celulares específicos ou
participação em uma via metabólica ou processo bioquímico. Esta particularidade
dos radiofármacos distingue a técnica diagnóstica da Medicina Nuclear de outras
técnicas como a Ressonância Magnética ou Tomografia convencional que se
limitam, na maioria das vezes, a obter imagens da estrutura anatômica, sem uma
correlação funcional.
A grande aplicação dos radiofármacos está em Medicina Nuclear
diagnóstica, representando cerca de 95% dos procedimentos em Medicina Nuclear.
Nos últimos anos, entretanto, tem crescido consideravelmente a aplicação dos
radiofármacos em procedimentos terapêuticos, envolvendo desde a simples
administração de solução de iodeto de sódio (iodo-131) para terapia de câncer
de tireóide e hipertireoidismo, até o uso de peptídeos e anticorpos monoclonais
específicos, como o anticorpo anti-CD-20 marcado com elementos radioativos
emissores beta (itrio-90, lutécio-177 e iodo-131), empregado na terapia de
linfoma do tipo não-Hodgkin, numa modalidade terapêutica denominada
Radioimunoterapia.
Para melhores informações sobre o assunto acesse o link.
3 comentários:
Quando se fala de Medicina Nuclear muitos temem os efeitos colaterais. Ficamos em dúvida sobre a prática desta especialidade, se é segura, quais vantagens e desvantagens.
O custo ainda é elevado, porém permite observação de processos fisiológicos e anatômicos de forma não invasiva, e a radiação recebida é inferior às outras técnicas e poucas ou nenhuma reação adversa.
O uso de radiofármacos abre um leque de possibilidades na medicina nuclear,tanto para diagnósticos quanto para tratamento de diversas doenças,daí a necessidade de conhecer melhor a função e os impactos provocados por ele,graças ao avanço nesta área hoje existem novas técnicas muitas delas direcionado para tratamento de câncer,quase ou sem nenhum efeito colateral.
Os radiofármacos abrem uma porta para mais opções em prevenção, cura e tratamento. Quando lemos "radiofármacos" o prefixo "radio" já nos chama a atenção, devendo os mesmos terem cuidado ao serem usados, sempre ponderando a questão custo x benefício, e o descarte de resíduos dos mesmos devem ser feitos de forma adequada.
- Natália Wirowski
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