6 de setembro de 2023

“Fase 3, vamos ficar por dentro do assunto?”

 

Entenda o que ocorre em cada etapa

Os primeiros passos para a criação de um novo medicamente ocorrem na etapa de pesquisa, na qual grandes empresas farmacêuticas trabalham muitas vezes em conjunto com startups, universidades e centros de pesquisa. O trabalho consiste inicialmente achar uma molécula promissora (lead), que seja candidata a se tornar uma nova droga, e realizar os primeiros testes e otimização química visando a sua efetividade e segurança. O potencial medicamento deve seguir, então, para os testes pré-clínicos laboratoriais (in vitro) e em animais (in vivo), com objetivo de determinar se ele é seguro para ser testado em humanos.  O dossiê de pesquisa é apresentado aos órgãos regulatórios e a comitês de ética em pesquisa, que aprovam se o novo medicamento pode ser testado em pessoas.

A etapa seguinte, de ensaios clínicos, é a mais longa e custosa do processo, sendo dividida em três fases:

• Fase I – teste inicial de segurança em pequeno grupo de voluntários saudáveis, de forma a definir qual a maior dose possível tolerada por seres humanos e a menor dose que surte algum efeito;

• Fase II – teste de segurança e eficácia em pequeno número de pacientes com a doença, para verificar se o medicamento de fato é efetivo e para definir seu regime terapêutico (frequência, dosagem). A maioria dos produtos experimentais é reprovada nessa fase;

• Fase III – com a dose e o regime terapêutico geralmente definidos, essa fase amplia o número de pacientes testados e avalia a efetividade comparativa da droga em relação aos tratamentos existentes (ou a placebo, se for o caso). Nesta fase, são mapeados também os potenciais efeitos adversos e contraindicações.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por monitorar todas as etapas clínicas de desenvolvimento de um novo medicamento, garantindo que sejam seguidos os padrões científicos. Ao final do processo, é ela que concede à empresa o registro de medicamento, atestando que ele é seguro e eficaz para a indicação terapêutica inscrita em sua bula.

Além da Anvisa, monitoram todo o processo do ponto de vista ético, o Sistema Nacional de Ética em Pesquisa, composto por Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) de cada unidade de saúde em que os testes são realizados, e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Toda pessoa que participa de um ensaio clínico deve assinar termo de consentimento, mas ainda assim não pode ser exposta a situações de risco desnecessárias. No Brasil, é vedado o pagamento para sujeitos de pesquisa. Essa prática varia de acordo com o país, sendo permitida nos Estados Unidos, mas também vedada na União Europeia.

Entre no link abaixo e leia na íntegra a reportagem.

https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/noticias/noticia/novos-medicamentos-cgee


3 comentários:

Alessandro e Eduarda disse...

É bizarro pensar que apenas em 1999 foi criada a ANVISA, órgão tão necessário para diversas áreas no nosso país! Pensar que é fundamental o funcionamento dela atualmente, também nos induz a pensar como era assustador não haver algo que regulasse tão vigorosamente o medicamento que chegava em nossa casa. Desde sua criação, estamos em constante desenvolvimento e os testes nos garantem maior confiança em utilizar medicamentos novos, pois chegam ao mercado já devidamente testados.
- Alessandro

Anônimo disse...

É surpreendente ver como a maioria dos produtos que estão sendo testados não passam da Fase II, isso demonstra a importância da pesquisa e desenvolvimento farmacêutico para atingir sempre o melhor resultado.

- Daniel Varela

Eduarda Wachholz disse...

Acredito que o acompanhamento de profissionais capacitados para o melhor desenvolvimento de um medicamento seja de suma importância. Desenvolver fármacos com testes em diversas pessoas deixam o paciente mais confiante e confortável em realizar o tratamento, achei o texto muito bem explicativo e informativo!

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