13 de setembro de 2023

Nanomedicamentos contra o câncer de mama

Como vimos anteriormente, existem muitos estudos relacionados ao câncer com a utilização de medicamentos com nanoparticulas, visto que eles têm maior capacidade de combater as células tumorais com maoir seletividade.

Há medicamentos desenvolvidos para o tratamento do câncer de mama, como os taxanos, em destaque, o paclitaxel (Taxol®; Bristol-Myers Squibb Co, Princeton, NJ, USA) e o docetaxel (Taxotere®; Aventis Pharmaceuticals Inc, Bridgewater, NJ, USA). Eles representam uma classe importante de antitumorais pois são agentes específicos do ciclo celular, uma vez que se ligam com alta afinidade aos microtúbulos das células cancerígenas, inibindo a mitose, a motilidade e o transporte intracelular dessas células, levando-as à apoptose. 

Paclitaxel
Docetaxel 


Apesar de sua eficiente ação antitumoral, essas moléculas possuem uma grande limitação: são altamente hidrofóbicas. Para contornar esse problema, foram criadas formulações com solventes, visando aumentar  a solubilidade do paclitaxel com uma mistura de Cremophor EL ® 50:50 e etanol e do docetaxel com polissorbato 80. Em contrapartida, essas formulações podem estar associadas a graves toxicidades.

Foi criado o (nab-) paclitaxel ABI-007, uma nova formulação de nanopartículas de paclitaxel 130nm ligada à albumina (Abraxane ® ; Abraxis BioScience e AstraZeneca), isento de qualquer tipo de solvente. A albumina sérica humana estabiliza a partícula do fármaco num tamanho médio de 130nm, o que evita qualquer risco de obstrução capilar.

Nab-Paclitaxel ligado à albumina 

Estudos pré-clínicos, realizados em roedores, demonstraram que o ABI-007 tem maior penetração nas células tumorais em comparação a uma dose igual de paclitaxel padrão. O fármaco se mostrou bem sucedido nas três fases de testes, apresentando segurança e mínimo efeito adverso com respostas antitumorais objetivas em pacientes previamente expostos ao paclitaxel.





Referências:

Albumin-bound formulation of paclitaxel (Abraxane® ABI-007) in the treatment of breast cancer - Int J Nanomedicina. 2009; 4: 99–105.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2720743/#ref-list-a.e.btitle


3 comentários:

Zilda disse...

Como é complexo a criação de um fármaco, como exposto pelos colegas, mesmo sendo medicamentos produzidos por nanopartículas, sempre há o risco de ocorrer algum problema, sendo necessário alguns ajustes. E como se faz importante a ciência, conhecimento e a tecnologia nesses momentos, se estivéssemos falando alguns anos atrás, onde não se tinha tanto recurso, possivelmente esse medicamento seria mais um, que estaria em uso causando efeitos colaterais significativo nos pacientes.

Kemilyn e Silvia disse...

Parabéns pela publicação, colegas! Sabendo que com o desenvolvimento do Nab-paclitaxel tornou-se possível solucionar os problemas significativos de hidrofobia e toxicidade referentes às moléculas de paclitaxel e docetaxel, podemos visualizar ainda mais a importância da Química Farmacêutica no que diz respeito à estrutura química dos fármacos e as atividades biológicas que ela promove no organismo humano. E como foi mostrado nas figuras acima, com a simples adição de uma ligação de albumina foi possível estabilizar a partícula do fármaco e, assim, reduzindo a ocorrência de efeitos colaterais importantes e apresentando segurança aos pacientes.

- Kemilyn

Anônimo disse...

Importante observar que a pesquisa em nanomedicamentos para o câncer de mama continua evoluindo, e ensaios clínicos estão em andamento para avaliar a eficácia e a segurança dessas terapias. Embora representem um avanço promissor, é necessário um monitoramento rigoroso para garantir que essas inovações atendam às expectativas e necessidades das pacientes com câncer de mama. No geral, os nanomedicamentos oferecem uma perspectiva emocionante no tratamento dessa doença desafiadora, com o potencial de melhorar a qualidade de vida e aumentar as taxas de sobrevivência.
- Gilberto Acosta

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