De acordo com o Centro de
Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), a nanotecnologia é o estudo de
manipulação da matéria em escala atômica e molecular que objetiva a construção
de estruturas e novos materiais a partir dos átomos onde o objetivo principal
não é chegar a um controle individual dos átomos, mas elaborar estruturas
estáveis com eles.
A definição mais simples desse termo
é dada matematicamente, considerando um nanômetro (nm) correspondente a um
metro dividido por um bilhão (1 nm=10-9m).
Comparação entre diferentes estruturas para demonstrar o tamanho de uma nanopartículas |
A ideia de utilizar partículas
pequenas para construir materiais inovadores surgiu de uma palestra, em 1959,
do físico Richard Feynman (1918-1988), que partiu do pretexto “ Por que não
podemos escrever os 24 volumes inteiros da Enciclopédia Britânica uma cabeça de
um alfinete?”. Porém, apenas em 1974, o pesquisador japonês Norio Taniguchi
(1912-1999) utilizou pela primeira vez o termo “nanotecnologia”.
Ainda assim, o título de “pai da
nanotecnologia” foi concedido ao engenheiro Eric Drexler, com a publicação só
livro “Engenhos da criação: o advento da era da nanotecnologia”, em 1986.
Linha temporal entre os principais nomes do nanotecnologia |
Apesar do conceito de nanotecnologia
ser novo, poucos sabem que, na verdade, ela já era utilizada há muito tempo, em
artefatos como cálices que utilizavam nanopartículas de ouro para intensificar
as cores que, dependendo da maneira de como é iluminado, sua coloração varia
entre as colorações esverdeadas e avermelhadas.
Cálice de Licurgo |
Essas mesmas nanopartículas de ouro
utilizadas na idade média, agora fazem parte do desenvolvimento de “fármacos
inteligentes” para a cura do câncer de próstata, realizando o transporte do
princípio ativo até às células tumorais, potencializando sua ação. Além disso,
a incidência de um laser sobre as nanopartículas gera um aquecimento que
resulta na morte das células cancerígenas.
De uma maneira mais específica, os metais,
como o próprio ouro, são agentes muito
utilizados na terapia do câncer, cuja importância
na nanomedicina é atrativa, uma vez que podem
ser moldadas em vários tamanhos e de variadas formas, apresentando aspectos farmacodinâmicos
e farmacocinéticos que favorecem a indução da celula cancerígena à morte.
As espécies reativas de oxigênio (ERO) geradas
pelas nanopartículas induzem apoptose ou necrose nas células cancerígenas. As ERO
são moléculas capazes de danificar a membrana celular através de peroxidação e desnaturação
proteica, levando a célula à morte. Essa morte celular causada pela geração de ERO
é específica das nanopartículas de metais.
A reportagem abaixo explica com mais detalhes a pesquisa desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto, SP, sobre o uso da nanotecnologia no tratamento de câncer de próstata e de pele.
Vale a pena assistir!
https://www.youtube.com/watch?v=_oOJ1nw5t7o
2 comentários:
Conheço muito pouco sobre a nanotecnologia, mas é notável observar como, desde a sua concepção por Feynman até o seu uso inovador em tratamentos de câncer, ela se destaca como uma ciência que molda o futuro da medicina. A pesquisa conduzida pela USP em Ribeirão Preto, SP, evidencia o seu potencial revolucionário na luta contra o câncer. Esta leitura é muito interessante e informativa. Parabéns Alessandro e Eduarda!
Gabriel Silva
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