Para aprovação de um
novo medicamento, estudos pré-clínicos laboratoriais precisam ser realizados
até que se verifique que perfil terapêutico e de segurança que o habilite a ser
testado em humanos. Estudos clínicos caracterizam-se como estudos em humanos,
divididos em fases: I, II, III e IV. Para a execução dos mesmos é importante
seguir normativas internacionais e nacionais criadas para proteger o sujeito de
pesquisa. A pesquisa clínica vem se apresentando em grande crescimento e
evidencia-se cada vez mais ativa no Brasil. Neste trabalho, por meio de uma
revisão bibliográfica, serão descritas as etapas de atuação do farmacêutico
nesse processo. A atuação do farmacêutico se destaca, no cenário atual, devido
às suas competências profissionais. A condução de um estudo clínico requer a
participação de uma série de profissionais da saúde, e o farmacêutico, que atua
em todas as suas fases, vê na pesquisa clínica um importante campo de interesse
e de novas possibilidades de atuação.
Um estudo
clínico ou pesquisa clínica inicia-se quando as etapas do desenvolvimento de um
fármaco encontram-se em estágios laboratoriais avançados, bem definidos e
documentados. Uma vez estabelecido o mecanismo de ação do fármaco, o perfil
farmacocinético e de segurança, testados tanto in vitro como em testes com
animais (fase pré-clínica), iniciam-se os ensaios clínicos, onde o medicamento
será testado em seres humanos para confirmação e elucidação da eficácia deste
sobre a doença estudada.
A pesquisa
clínica envolve quatro etapas de avaliação da nova molécula, sendo definida
pela agência europeia de medicamentos como qualquer investigação em seres
humanos com os seguintes objetivos: analisar aspectos relacionados à
farmacocinética, bem como a absorção, distribuição, biotransformação e
eliminação, avaliar e comprovar parâmetros farmacodinâmicos, avaliar a
segurança e eficácia e estudar as reações adversas da droga.
Durante as
fases pré-clínicas de pesquisa de um fármaco o farmacêutico pode atuar no
desenvolvimento da molécula que vai ser testada, tanto em estudos in vitro como
in vivo (ainda em animais). Durante esta etapa de desenvolvimento o
farmacêutico tentará obter a melhor molécula para a doença em questão,
realizará estudos de compatibilidades e, uma vez com a molécula já
desenvolvida, ele pode concentrar suas atividades nas dosagens laboratoriais,
verificando aspectos de farmacocinética e avaliar a farmacodinâmica da
molécula, verificando assim o perfil biológico da nova droga. Já nas fases
clínicas propriamente ditas, a atuação do farmacêutico é múltipla. O
profissional pode participar em cinco grandes áreas: junto ao patrocinador; em
organizações representativas de pesquisa clínica; na área regulatória; e por
último nos centros de pesquisa, onde pode atuar como coordenador ou
farmacêutico do estudo, cujas atividades serão detalhadas.
Link: www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/artigos/RBFHSS_01_art02.pdf
8 comentários:
A pesquisa clínica de novos medicamentos é uma área interessante para atuação de um farmacêutico, nessa área temos a oportunidade de ampliar nosso conhecimento e ajudar o próximos com novos medicamentos.
Muito importante esta publicação, pois mostra mais um campo de atuação do farmacêutico e as funções que podem ser desempenhadas pelo profissional na pesquisa clínica em suas diversas etapas.
Nossa profissão é de extrema importância, assim como este assunto, pois conseguimos colocar em prática nossos conhecimentos, visando garantir uma boa qualidade na produção de medicamentos, com uma grande segurança e eficácia nos tratamentos para várias patologias.
Margoth S. Bonneau
O farmacêutico se torna ´a chave principal´ em relação a área de pesquisa clínica, pois pode produzir novos fármacos, selecionar, fazer o controle de qualidade, além de inovar os medicamentos, descobrindo novas formas que possam trazer muitos benefícios aos pacientes, causando menos efeitos colaterais, agindo mais rápido e tratando tal patologia de forma eficaz.
Os ensaios clínicos não servem apenas para determinar os efeitos farmacológicos, farmacocinéticos e farmacodinâmicos de novos fármacos, pois, também podem ser utilizados para testar novas combinações de medicamentos já existentes, assim ajudando a reduzir os efeitos colaterais dos fármacos já existentes, ou até mesmo tornar o tratamento mais eficaz.
A pesquisa clínica de novos medicamentos é uma área de grande importância para atuação de um farmacêutico. Sempre visando garantir uma boa qualidade na produção de medicamentos, como segurança e eficácia para os pacientes.
Alitta
O trabalho do farmacêutico é indispensável para o sucesso das pesquisas clínicas, no entanto,existem dificuldades encontradas por este profissional para ocupar seu espaço. No Brasil não há uma cultura de integrar o farmacêutico nas pesquisas clínicas. Isso só ocorre quando o patrocinador do estudo exige no contrato a presença do profissional de farmácia na unidade de pesquisa.
(Berenice)
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