20 de março de 2021

Boas práticas na produção e utilização de radiofármacos.

 

Boas Práticas de Manipulação são um conjunto de normas e atividades relacionadas entre si destinadas a garantir que os produtos farmacêuticos elaborados tenham suas principais características, como a identidade, pureza, concentração, potência e inocuidade. Boas Práticas Radiofarmacêuticas além das premissas das Boas Práticas de Manipulação, ainda deve agregar as Normas e Procedimentos de Proteção Radiológica.

 

Recomendações gerais de proteção radiológica:

- Utilize sempre monitor individual durante a jornada de trabalho;

- Mantenha as portas do local fechadas durante o exame;

- Utilize paramentação adequada para os pacientes, sempre que possível;

-  Evite a presença desnecessária de pessoas dentro da sala de exames;

- Avise responsáveis pela manutenção se houver qualquer alteração na imagem:

    o   Se aumentar a corrente, aumenta a exposição e diminui a vida útil do tubo.

    o   Se aumentar a voltagem, diminui o efeito da blindagem e a vida útil do tubo.

- Se os filmes ainda forem utilizados, alguns cuidados devem ser tomados para o seu armazenamento, como controlar a temperatura e umidade, para evitar manchas e garantir a validade do material;

- O operador deve, sempre que possível, aumentar a distância entre o técnico e a fonte de radiação, minimizar o tempo de exposição, utilizar o avental plumbífero e permanecer atras do biombo ou da cabine durante os exames;

- Em caso de dúvida, suspeita ou gravidez confirmada, comunique o responsável na instituição.

 

Recomendações adicionais de manipulação para fontes não-seladas:

- Utilize luvas descartáveis e avental durante a manipulação;

- Não manuseie telefones, lentes de contato ou cosméticos no laboratório;

- Forre todas as áreas de manipulação com material de fácil descontaminação;

- A bancada de manipulação deve ser preferencialmente de material impermeável. Antes da manipulação deve-se forrar a bancada com papel absorvente e plástico, deixando os cantos arredondados;

- Efetue monitoração para investigação de contaminação antes e depois de cada manipulação e proceda à descontaminação quando necessário;

- Disponha de um “kit” para descontaminação contendo os seguintes itens:

o    Detector;

o    Luvas;

o    Papel absorvente;

o    Sacos para rejeitos radioativos;

o    Pinça;

o    Fita adesiva;

o    Caneta;

o    Descontaminante.

- O uso de novas técnicas deve ser planejado e inicialmente testado com material não radioativo;

- Disponha de geladeira/freezer de uso exclusivo para material radioativo ou de um espaço exclusivo para guarda de material radioativo nas geladeiras/freezers de uso comum. Blinde adequadamente e controle o acesso às fontes, restringindo-o ao pessoal autorizado;

- Disponha de lixeira devidamente sinalizada para os rejeitos radioativos. Tenha especial cuidado para não contaminar a superfície externa da lixeira. Use sacos plásticos transparentes diferentes daqueles usados para o lixo comum para conter rejeitos radioativos;

- Mantenha registro de controle da compra, uso e descarte de material radioativo com informações sobre as atividades envolvidas em cada manipulação;

- Promova o gerenciamento adequado dos rejeitos radioativos;

- Verifique a adequação das condições físicas do laboratório:

o    Paredes lisas, sem ranhuras e com cantos arredondados nas áreas de manipulação;

o    Piso de material liso, sem ranhuras, impermeável e de fácil descontaminação;

o    Pia de aço inox com profundidade suficiente para evitar respingos;

o    Torneira com acionamento automático, por pedal ou cotovelo para evitar contaminações;

o    Capela com exaustão e filtros (quando aplicável) para a manipulação de compostos radioativos voláteis ou na forma de pó.

 

Podendo ser aprofundado em:

http://www.usp.br/protecaoradiologica/Html/Recomendacoes.htm

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-93322008000100002

https://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n2/a03.pdf

https://www.sapralandauer.com.br/protecao-radiologica-saiba-sobre-os-principais-aspectos-normas-e-tecnologias-empregadas/principios-de-protecao-radiologica/

3 comentários:

Isabela e Kaciane disse...

Podemos observar ao ler o texto, a importância de seguirmos minuciosamente os processos de “boas práticas na produção e utilização de radiofármacos”. O cumprimento adequado desses passos garante a qualidade e eficácia necessárias para o radiofármaco, bem como a proteção do profissional que irá lidar com o mesmo.
Também é importante desmistificar, um pouco, a radiação, sabemos que em um primeiro momento ela pode parecer “assustadora”, mas ela é utilizada ao nosso favor, pois possui maior precisão em vários processos.
Claro que precisamos tomar os devidos cuidados, mas para tudo que iremos executar devemos ter muito cuidado e responsabilidade, dar o nosso melhor! se seguirmos esse pensamento para pequenas coisas com toda certeza iremos levar isso para coisas maiores.

Anônimo disse...

O uso de técnicas de radiofármacos vêm crescendo e precisamos estar atentos as suas particularidades. Um bom trabalho de pesquisa como este pode nos fazer ter outra perspectiva. Gabriel Pigatto.

Lívia disse...

Não possuo muito conhecimento sobre os radiofármacos, mas após a leitura informativa da postagem e da leitura complementar disponibilizada, é possível ter uma noção da importância deles, seja para o diagnóstico de doenças ou a terapia, conforme foi citado em um dos artigos, a administração de solução de iodeto de sódio (iodo-131) para a terapia de câncer de tireóide. Sem dúvidas é uma área de pesquisa que ao meu ver, necessita de mais atenção, pois pode trazer inúmeros benefícios.
Com o texto, ficou bem reforçado e claro o devido cuidado que o profissional deve ter ao manusear radiofámacos e as recomendações de proteção radiológica necessárias.

(Lívia)

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