A origem
da vacina está diretamente ligada à história da varíola, a qual flagelou a
humanidade por séculos. Em 1798, o médico e cientista inglês Edward Jenner
ouviu relatos de que trabalhadores da zona rural não pegavam varíola, pois já
haviam tido a varíola bovina, de menor impacto no corpo humano. Ele então
introduziu os dois vírus em um garoto de oito anos e percebeu que o rumor tinha
de fato uma base científica. Assim, a palavra vacina deriva justamente de
Variolae vaccinae, nome científico dado à varíola bovina. (DIDGEON, 1963; DUNN,
1996).
Em 1881,
quando o cientista francês Louis Pasteur começou a desenvolver a segunda
geração de vacinas, voltadas a combater a cólera aviária e o carbúnculo, ele
sugeriu o termo para batizar sua recém-criada substância, em homenagem a
Jenner. As vacinas de Pasteur foram as primeiras obtidas seguindo uma
metodologia científica, ele revolucionou a ciência ao desenvolver um imunizante
produzido por um método que podia ser generalizado (JACKSON et al., 2013). A
partir de então, as vacinas começaram a ser produzidas em massa e se tornaram
um dos principais elementos para o combate de doenças no mundo.
Apesar
desses fatos históricos incontestáveis, da diminuição da mortalidade, da
erradicação de inúmeras doenças e das diversas fases e testes que são feitos
para comprovar segurança, eficácia e tolerância desses produtos
biofarmacêuticos, ainda há uma insegurança por parte da sociedade na utilização
dos mesmos. Isso pode ser decorrente do movimento antivacina que teve início no
país em meados de 1904 no Rio de Janeiro, onde ações autoritárias do governo
como a Lei da Vacinação Obrigatória, impuseram ao povo a obrigação de se
vacinar contra a varíola. Mesmo com a melhor das intenções, o desconhecimento
da população acerca do tema ocasionou inúmeras campanhas contrárias e motins
que culminaram na chamada Revolta da Vacina.
No atual
cenário de pandemia do vírus sars-cov-2, o movimento antivacina está implícito
nas inúmeras informações sem embasamento científico ou senso crítico que são
disseminadas diariamente pela internet, o que gera cada vez mais desinformação
e desconfiança na população acerca dos processos de produção, desenvolvimento e
eficácia desses imunizantes. Portanto, faz-se necessário uma abordagem
científica, como também histórica, relacionada aos processos de P&D das
vacinas, sendo essencial enfatizar as diferenças existentes entre o modelo de
desenvolvimento tradicional e o modelo empregado em casos de pandemia.
Para
mais informações sobre o processo de P&D de vacinas, sugerimos a leitura
das páginas 445 á 454 do livro Bioética e Saúde Pública, capítulo 40 “uma
abordagem sobre o desenvolvimento de vacinas”: https://unifsa.com.br/site/wp-content/uploads/2020/08/VOL-2-BIOE%CC%81TICA-E-SAU%CC%81DE-PU%CC%81BLICA-2.pdf
Para
mais informações da história da vacina, do movimento antivacina e da análise
das “fake news” no contexto de pandemia, recomendamos:
7 comentários:
A história sempre é fascinante e ao mesmo tempo muito preocupante. Do ponto de vista científico é imensamente magnífico imaginar como esses cientistas conseguiram raciocinar em uma época de poucos avanços e criarem vacinas, mesmo que no início sem uma ética para os testes, que livraram a população de doenças terríveis que certamente teriam dizimado a humanidade se não tivessem controle. Por outro lado preocupa-me em pleno século 21 que algumas doenças estejam voltando a aparecer visto que uma boa quantidades de pessoas se desfazem da ciência justificando as vacinas como uma alienação governamental.
O texto fala da importância da vacina no mundo, desde os tempos antigos! De como elas impactam de forma positiva na saúde da população, e principalmente na diminuição do índice de mortalidade no mundo todo! Infelizmente ainda existem pessoas que não acreditam na eficácia da vacina, principalmente nos dias atuais. Hoje temos o exemplo da vacina do COVID-19, muitas pessoas não acreditam na eficácia da vacina, do qual surgem muitos mitos em relação ao assunto.
Cassiano.
Desde o início da histórica pesquisa de vacinas salientamos a importância de inovar e criar na expectativa de auxiliar na cura de pandemias e epidemias. Gabriel Pigatto.
Gostei bastante do conteúdo, acho importante ter conhecimento de como originou-se as vacinas e como esse processo evolui e é cada vez mais essencial. Principalmente hoje, onde o mundo está concentrado nesse assunto e na expectativa de novidades a respeito.
- Lisele.
O texto acaba tratando desde o surgimento ate a importância dela nos dias de hoje.Acho muito importante estarmos aderindo mais conhecimento sobre conteúdo, justamente por estarmos passando por uma pandemia, onde o surgimento da nova vacina gerou muitas crenças duvidosas.Em minha opinião a possibilidade de desenvolver uma vacina em curto espaço de tempo diante de uma emergencia mundial não devia ser motivo de desconfiança e sim positiva e eficaz em nossas vidas.
O texto acaba tratando desde o surgimento ate a importância dela nos dias de hoje.Acho muito importante estarmos aderindo mais conhecimento sobre conteúdo, justamente por estarmos passando por uma pandemia, onde o surgimento da nova vacina gerou muitas crenças duvidosas.Em minha opinião a possibilidade de desenvolver uma vacina em curto espaço de tempo diante de uma emergencia mundial não devia ser motivo de desconfiança sim de uma maneira positiva e eficaz em nossas vidas.
Maha Omar
O texto acaba tratando desde o surgimento ate a importância dela nos dias de hoje.Acho muito importante estarmos aderindo mais conhecimento sobre conteúdo, justamente por estarmos passando por uma pandemia, onde o surgimento da nova vacina gerou muitas crenças duvidosas.Em minha opinião a possibilidade de desenvolver uma vacina em curto espaço de tempo diante de uma emergencia mundial não devia ser motivo de desconfiança, e sim positiva e eficaz.
-Maha.
Postar um comentário