Tratando-se de radiofármacos, é comum nos questionarmos sobre a qualidade e segurança no momento da administração. Mas embora existam peculiaridades na produção e no controle de qualidade (por serem compostos de um elemento radioativo) os radiofármacos são administrados, na maioria das vezes, por via intravenosa (IV). Segundo Whalen, Finkel e Panavelil (2016, p. 3) “A via IV permite um efeito rápido e um grau de controle máximo sobre a quantidade de fármaco administrada.”;
RADIOFÁRMACOS COM FINALIDADE DIAGNÓSTICA
Com este fim, os radiofármacos devem possuir as seguintes características: serem constituídos de um radionuclídeo que emita radiação gama (γ) ou de pósitrons (β+), ambos sendo capazes de propiciar a execução da imagem; não devem emitir a radiação corpuscular para que a dose de radiação fornecida ao paciente seja reduzida e a meia-vida física (T½) deve ser congruente ao estudo fisiológico de interesse, e assim não gerando efeitos farmacológicos nos pacientes.
Radionuclídeos emissores de raios gama: o Tecnécio-99m (99mTc) é o mais utilizado na prática clínica por possuir meia-vida física curta mas suficiente para a realização do estudo do paciente (T½ = 6 horas) e emitem raios gama e elétrons de baixas energias. Como exemplos, também temos o Iodo-123 (123I), Índio-111 (111In), Tálio-201 (201Tl) e Gálio-67 (67Ga). Com a aplicação desses radionuclídeos é concedido o diagnóstico de doenças por meio da obtenção de imagens cintilográficas de uma gama câmera, podendo utilizar-se a técnica SPECT-CT (Single Photon Emission Tomography – Computed Tomography).
Radionuclídeos emissores de pósitrons: também são utilizados para fins diagnósticos. Como exemplos, temos o Oxigênio-15 (15O), Nitrogênio-13 (13N), Carbono-11 (11C), Gálio-68 (68Ga), Flúor-18 (18F) e Cobre-64 (64Cu). Diferente do primeiro grupo, nesse caso utiliza-se a técnica PET-CT (Positron Emission Tomography – Computed Tomography) que possui, como finalidade, obter imagens metabólicas e anatômicas em um mesmo equipamento. O principal radiofármaco emissor de pósitrons utilizado atualmente na Medicina Nuclear é a Fluordeoxiglicose marcada com Flúor-18 (FDF-18F), comumente empregada na área oncológica.
Radionuclídeos emissores de partículas beta: o Iodo-131 (131I) é o mais antigo radionuclídeo empregado na terapia de doenças benignas da tireoide como a Doença de Graves, por exemplo. Como exemplos desses radionuclídeos também temos o Lutécio-177 (177Lu), Samário-153 (153Sm), Ítrio-90 (90Y) e Rênio-186 (186Re).
Radionuclídeos emissores de partículas alfa: o Rádio-223 (223Ra) é utilizado para o tratamento de metástases avançadas induzidas pelo câncer de próstata resistente à castração.
PARA QUEM QUISER SABER MAIS SOBRE AS TÉCNICAS SPECT-CT e PET-CT:
https://inc.saude.gov.br/htm/noticia20.htm
https://www.dimen.com.br/pet-ct/
REFERÊNCIAS:
CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Radiofarmácia. Disponível em: <https://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/radiofarmacia.pdf>. Acesso em: 14 set. 2023.
5 comentários:
No contexto terapêutico, o texto destaca a importância dos radiofármacos em atingir alvos tumorais específicos, minimizando eventos adversos. A diferenciação entre emissores de partículas beta e alfa, bem como os exemplos de radionuclídeos utilizados, oferece uma compreensão clara das opções terapêuticas disponíveis na Medicina Nuclear. Em suma, o texto fornece um entendimento abrangente e informativo sobre o papel crucial dos radiofármacos nessa área da medicina.
Nós sabemos que os radiofármacos desempenham um papel importantíssimo no avanço da medicina, ajudando com diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes. Mas, é sempre importante ressaltar, que por mais que eles sejam importantes o seu mau uso ou uma exposição desnecessária pode trazer diversos riscos como: prejudicar os tecidos devido a exposição à radiação, reações adversas devido ao excesso de dose, e etc. Vale ressaltar que não somente o paciente corre o risco de uma exposição indevida como os profissionais da área da saúde. Eles são um avanço de muita importância mas exigem cuidado.
- Amanda
Foi fornecida uma visão clara sobre o uso de radiofármacos em medicina nuclear, destacando suas aplicações tanto para diagnóstico quanto para terapia. Enfatiza a importância dos radionuclídeos apropriados e suas características específicas, garantindo a segurança e eficácia no tratamento de diversas condições médicas. Parabéns pelo texto, meninas!
- Ana Paula
Muito interessante a comparação entre a utilização do Fluordeoxiglicose e da cintilografia óssea. É muito mais nítido e de maior segurança para o diagnóstico, tendo em vista que técnicas menos avançadas podem deixar passar pontos de metástase muito importantes! Ótima comparação para nosso melhor entendimento!
- Alessandro
Parabéns pelo texto colegas, com a ótima leitura compreendemos que os radiofármacos são de suma importância mas devem ser usados com cautela e precaução para evitar riscos aos pacientes e profissionais da saúde.
O texto nos trás com clareza informações necessárias sobre as aplicações dos radiofármacos em medicina nuclear, o papel dos radiofármacos com finalidade em diagnósticos e na terapêutica também.
- Hellen Kielermann
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