4 de outubro de 2023

Pesquisadores da UFMG identificam em veneno de aranha potencial fármaco contra a disfunção erétil


    Pesquisadores brasileiros estão explorando o potencial do veneno da aranha Phoneutria nigriventer para desenvolver um medicamento inovador para tratar a disfunção erétil. Inicialmente inspirados pela curiosidade científica e biodiversidade da fauna brasileira, eles identificaram uma molécula sintética, chamada BZ371A, que demonstrou ser promissora na fase 1 de testes clínicos. Essa etapa, recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), verificou que o composto é seguro para uso em humanos, não apresentando toxicidade.

    O BZ371A é aplicado topicamente e mostrou induzir a vasodilatação e aumentar o fluxo sanguíneo local, levando a ereções penianas. Isso o torna um candidato a medicamento eficaz para tratamento da disfunção sexual. Os medicamentos orais disponíveis no mercado atualmente funcionam para cerca de 70% dos pacientes, deixando 30% com contraindicações devido a condições médicas como hipertensão e diabetes.

    A Biozeus Biopharmaceutical adquiriu a patente do BZ371A e está se preparando para realizar testes clínicos de fase 2 em homens que passaram por prostatectomia, uma cirurgia que frequentemente leva à disfunção erétil. Caso esses testes sejam bem-sucedidos, o medicamento poderá também beneficiar o tratamento do câncer de próstata.

    Além das potenciais aplicações no tratamento da disfunção erétil em homens, os pesquisadores também observaram resultados positivos na segurança e eficácia do BZ371A em mulheres, abrindo a possibilidade de desenvolvimento de um medicamento para o tratamento da disfunção sexual feminina. A formulação tópica e a ausência de efeitos colaterais sistêmicos são vantagens promissoras desse candidato a medicamento. O próximo passo será a realização de testes clínicos de fase 2, onde a eficácia será comparada entre indivíduos saudáveis e aqueles que passaram por prostatectomia.


Referências: 

Universidade Federal de Minas Gerais

Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/pesquisadores-da-ufmg-identificam-em-veneno-de-aranha-potencial-farmaco-contra-a-disfuncao-eretil

6 comentários:

Franciele e Mariane disse...

Muito interessante a pesquisa, trazendo informações para a população em geral, acredito que alem do veneno dessa aranha da publicação que é especifica para o tratamento da disfunção erétil, devem ter mais outros tipos de aranhas com venenos com outros compostos específicos capazes de tratar outras variadas doenças, como exemplo propriedades específicas para serem produzidos analgésicos produzidos para dores crônicas.

Mariane Bonneau

Franciele e Mariane disse...

Cada vez mais a pesquisa avança com a descoberta de outras possibilidades vindas do mundo animal. Me remeteu ao potencial veneno da jararaca que deu origem a um dos mais populares medicamentos para pressão alta: o IECA captopril. Agora mais um medicamento oriundo da biodiversidade. Muito interessante!

Franciele

Amanda e Alyssa disse...

É importantíssimo a população saber a origem dos fármacos, até porque, vimos diversos animais estando presentes nas pesquisas clínicas, seja devido a algum órgão ou até seu veneno. Antigamente, por muito tempo a insulina foi extraída do pâncreas de boi e de porco, a heparina foi obtida do fígado de cachorro, o Captopril do veneno de jararaca... É válido afirmar que a flora e a fauna influenciam bastante, positivamente, no processo de desenvolvimento de fármacos.

- Amanda

Anônimo disse...

Sempre bom ler sobre inovação, ainda mais quando envolvem pesquisadores brasileiros! E é ótimo saber que, mesmo partindo de um aracnídeo, a molécula patenteada é sintética. Me pergunto como devem ser os processos éticos envolvendo o uso de matéria de origem animal hoje em dia. Além disso, o acesso a essa matéria prima e os custos devem representar um desafio e tanto

-Nathália

Alessandro e Eduarda disse...

É fascinante ver pesquisadores brasileiros desenvolvendo medicamentos e contribuindo com o avanço científico, a descoberta da molécula sintética BZ371A e sua promissora eficácia na fase 1 de testes clínicos é um avanço significativo na área da saúde.
A segurança do composto, comprovada pela aprovação da ANVISA, é um fator crucial para garantir sua viabilidade como medicamento. Além disso, o fato de ser aplicado topicamente o torna um diferencial ao ser comparado com os medicamentos orais disponíveis atualmente no mercado.
Excelente texto!
- Eduarda Benites

Alessandro e Eduarda disse...

Muito interessante saber que há uma pesquisa tão avançada desenvolvida por brasileiros! Pelo que vimos, o medicamento parece ser bastante promissor, melhorando consideravelmente a qualidade de vida de muitas pessoas com disfunção erétil, inclusive, possivelmente, homens que passaram por prostatectomia!
Inclusive, é fascinante pensar que os resultados são promissores para disfunção sexual feminina, mesmo pensando no uso tópico! Excelente conteúdo!
- Alessandro

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