A osteoporose é uma donça multifatorial que atinge um grande número de pessoas em todo o mundo. O pó da concha de ostra, fonte de cálcio, aparece como oportunidade de utilizar os recursos naturais da região litorânea brasileira para suplementação alimentar da população. Dos suplementos de cálcio disponiveis comercialmente, o carbonato de cálcio possui a maior proporção (40%) de cálcio. O pó da concha de ostras se mostrou bastante eficaz como suplemento mineral de cálcio, possuindo elevado teor de carbonato de cálcio. As conchas foram coletadas na região litorânea da cidade de Recife. A análise da composição química do pó da concha foi obtida por comparação com outras matérias-primas encontradas no mercado determinando o teor de cálcio e de outros componentes por meio da espectrofotometria de absorção atômica. Foi feita a análise micrométrica para avaliação da distribuição granulométrica, que mostrou-se semelhante entre as amostras, e para determinar o diametro médio das partículas, das quais quase 50% apresentavam diametro médio de 105-210 micrometros.
Para o desenvolvimento dos comprimidos foram feitos ensaio preliminares de bancada para eleição qualitativa dos excipientes e depois foi feito um plano quantitativo. Os comprimidos foram obtidos por meio da via úmida porque foi visto que o pó tem baixa propriedade de fluxo e baixa compressibilidade. A compressão foi feita em lotes de bancada de 500g em máquina excêntrica usando punção oblongo. Utilizou-se para granulação solução alcoolica de polivinilpirrodilona e talco como lubrificante obtendo assim bons resultados. A adição de glicolato de amido sódico facilitou a desintegração do comprimido.
A qualidade dos comprimidos foi avaliada conforma a Farmacopéia Brasileira IV quanto ao peso médio, dureza, friabilidade, à desintegração, ao teor e a dissolução.
O lote da bancada com os melhores resultados de qualidade foram submetidos à liodisponibilidade comparativa com o produto de referência Os-cal e apresentaram um perfil de dissolução de qualidade semelhante ao produto de referência. Com isso, permite-se afirmar que o produto desenvolvido apresenta qualidade satisfatória e poderá contribuir para o maior acesso da população a uma fonte de cálcio proveniente da biodiversidade litorânea brasileira.
Um comentário:
Realmente Interessante, pois esse assunto faz lembrar do que foi discutido a poucos dias em Química farmacêutica sobre desenvolvimento de novos fármacos. Como foi abordado por muitos colegas existem ainda muito matéria de origem vegetal a ser explorada em busca de novos medicamentos.
Postar um comentário