22 de outubro de 2023

Automedicação: quem nunca?

 


Todo mundo já tomou um remédio para uma dor de cabeça ou estômago alguma vez na vida, por indicação da mãe ou conhecido, ou até mesmo por ter pesquisado no Google. Então, segundo a portaria nº 3.916/98 o uso de qualquer medicamento sem prescrição médica ou acompanhamento do mesmo, é descrito como automedicação. Segundo a mesma portaria, o farmacêutico deve orientar sobre o uso racional daqueles medicamentos considerados essenciais.

Não se preocupe! Não há problema em tomar um medicamento sem prescrição de vez em quando. Os MIP (medicamentos isentos de prescrição) existem para isso! O problema está quando esse uso sai do controle e/ou vira rotineiro, uma vez que a automedicação pode acarretar em efeitos adversos, por conta de interações medicamentosas ou do fármaco com alimentos.

Você provavelmente já ouviu falar da talidomida. Ela surgiu como anticonvulsivante, mas após pesquisadores observarem que a mesma provocava indução de sono natural, ela começou a ser consumida sem prescrição no final dos anos 50. O Contergan foi o primeiro nome comercial da talidomida, quando o fabricante lançou o produto no mercado, as indicações eram diversas, tanto que se espalhou pelo mundo, chegando a ser vendida em mais de 46 países. 

Não demorou muito para o uso irracional da talidomida mandar a conta, após pacientes começarem a relatar tonturas e outros sintomas. Com isso surgiram, também, recém nascidos com focomelia, fruto do uso do medicamento na gestação. Foi um número tão grande de crianças com essas deformações, que elas começaram a ser chamadas de bebês da talidomida. Hoje em dia ainda se tem a talidomida no mercado, mas deve ser sempre escrito na caixa que o medicamento é teratogênico, e não pode ser usado na gestação.

Outro caso de uso irracional de medicamento ocorreu com o Vioxx, que surgiu em 1999, como um antiinflamatório para artrite e problemas gastrointestinais. Em 2004 o Vioxx parou de ser fabricado por conta dos efeitos ligados ao seu mau uso e uso excessivo, como problemas relacionados a derrames e infartos.

Com isso deixo um alerta, mesmo que um medicamento seja de venda livre, sem prescrição, não significa que ele não faça mal à saúde. Como Galeno, o pai da farmácia, dizia: “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Então não é porque um medicamento cura que não pode te fazer mal.

Depois de ler esse post pense bem como é sua relação com os medicamentos.

E você se automedica?


Fica aqui em anexo o link do site do ministério da saúde onde vocês conseguem ver os medicamentos que ainda estão no mercado e quais foram retirados.


7 comentários:

Amanda e Alyssa disse...

A automedicação é um assunto ótimo pra ser comentado! Como vocês citaram, quem nunca né?! Carregar consigo os MIPs faz parte do cotidiano de muita gente, inclusive o meu, que tenho sempre um dipirona, ibuprofeno, e desloratadina na bolsa. Mesmo eles sendo medicamentos isentos de prescrição médica, é muito importante comentar sobre os riscos de ingerir os medicamentos de forma livre, sem uma recomendação médica ou farmacêutica. Ótimo post, gurias!

- Amanda

Ana e Charlise disse...

Este relato ilustra claramente os perigos associados à automedicação e ao uso indiscriminado de medicamentos. Embora muitos remédios estejam disponíveis sem prescrição, é crucial compreender que todos os medicamentos, mesmo os de venda livre, têm efeitos colaterais e interações potenciais que podem ser prejudiciais à saúde, especialmente quando usados de forma incorreta ou excessiva.
- Ana Paula

Kemilyn e Silvia disse...

Um assunto de extrema relevância! Como vocês mesmas enfatizaram, por mais que os medicamentos tenham o intuito de curar eles podem resultar reações adversas quando usados de modo excessivo. Acredito que a automedicação tenha crescido significativamente nos últimos anos, o que é bem preocupante; e nós, futuros farmacêuticos, temos um papel importante no que diz respeito à promoção do uso racional de medicamentos. Os farmacêuticos não possuem apenas a função de vender medicamentos, mas também de orientar e alertar a população sobre os riscos da automedicação. Precisamos mostrar que a nossa importância está além da simples venda no balcão da farmácia... muito interessante a publicação, parabéns gurias!

- Kemilyn

Gabriel Silva e Hellen Kielermann disse...

Uma importante reflexão sobre a automedicação e seus riscos. É sempre bom lembrar que a automedicação pode ter consequências graves, como os trágicos casos da talidomida e do Vioxx demonstram. A orientação de um profissional de saúde é fundamental para garantir o uso seguro de medicamentos, e o lembrete de que "a diferença entre o remédio e o veneno é a dose" é uma lição valiosa para todos. Ficar consciente de nossa relação com os medicamentos é essencial para a nossa saúde. Parabéns pelo texto, gurias!

-Gabriel Silva

Anônimo disse...

O uso inadequado de antibióticos pode contribuir para o desenvolvimento de resistência bacteriana, tornando tratamentos futuros menos eficazes.
Esse é um ponto muito importante sobre esses tema e devemos pensar duas vezes antes de fazer a escolha da automedicação.... mesmo sendo muito difícil no momento do dor/desespero fazer a escolha certa devemos sempre optar por procurar um médico! muito interessante essa postagem!!
- Gilberto Filho

Anônimo disse...

Vamos que a automedicação sempre terá seus riscos, e é sempre importante termos alertas a população sobre o assunto e informar as pessoas sobre os seus riscos, cabe a nos futuros farmacêuticos fazermos orientações e explicar os perigos e riscos que a automedicação pode trazer ao paciente deixando sempre nossos pacientes cientes sobre o assunto! Muito bom tema.

- Gabriel Garcia

Vitória disse...

Automedicação muitas vezes se acha que é uma solução para aliviar algum sintoma, mas o uso abusivo dela pode causar problemas mais graves, principalmente quando administradas por idosos, onde os riscos são ainda mais preocupantes. Todo o uso de medicamento de forma incorreta pode levar a consequenciais indesejáveis, tanto para alguma doença já existente, quanto até mesmo, esconder determinados sintomas.

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