O período gestacional é
constituído por 40 semanas. O primeiro trimestre é caracterizado por diversas
modificações fisiológicas devido à intensa divisão celular e caracterizado por
náuseas e vômito. No segundo e terceiro trimestres, o desenvolvimento fetal
sofre maior influência do meio externo, e várias condições podem interferir na
evolução normal da gestação. No primeiro trimestre de gestação, a náusea é a
principal queixa entre gestantes, enquanto no segundo e no terceiro trimestres,
em geral, a constipação é uma das principais reclamações.
Um número cada vez maior de
gestantes coloca a sua saúde e a de seus filhos em risco em virtude do
desconhecimento sobre as propriedades fitoquímicas, o uso adequado de plantas
medicinais e fitoterápicas e seus princípios ativos, assim como pela falta de
comunicação com seus respectivos profissionais de saúde.
O uso de plantas medicinais
durante a gestação é um assunto sério, pois, apesar da crença de que “o que é
natural não faz mal”, diversas espécies apresentam potencial tóxico,
teratogênico e abortivo.
Além da falta de conhecimento
adequado sobre os compostos presentes nos extratos de plantas e seus efeitos
terapêuticos ou tóxicos, a prescrição de fitoterápicos e o uso de chás durante
a gestação devem ser realizados com muita cautela e de forma bem planejada.
Pode haver efeitos indesejáveis tanto na mãe quanto no feto, especialmente no
primeiro trimestre, já que o embrião está em desenvolvimento.
Entre as espécies mais utilizadas
na gestação e consideradas seguras, estão o Zingiber officinale Roscoe
(gengibre), usado no mundo todo para o combate à náusea no período gestacional
e a Plantago ovata Forssk. (psílio), para modulação da constipação, por meio do
aumento do volume de absorção de água e pelo estímulo do peristaltismo
intestinal. Tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde que desejam
utilizar as plantas medicinais como complemento à medicina convencional devem
agir com muito cuidado e avaliar o uso de extratos em cada caso, avaliando
benefícios, efeitos adversos e possíveis interações medicamentosas. Há
escassez de evidências clínicas para assegurar o uso de plantas medicinais e
fitoterápicos no período gestacional e na lactação; por isso, o profissional
deve ter cuidado.
No quadro a seguir temos algumas
espécies vegetais contraindicadas para gestantes:
Referência
bibliográfica:
CECHINEL FILHO,
V.; ZANCHETT, C.C.C. Fitoterapia avançada: uma abordagem química, biológica e
nutricional