15 de maio de 2021

Entenda Porquê a Vacina Russa não foi Aprovada pela ANVISA


        O gráfico acima apresenta a porcentagem relativa ao status de submissão dos relatórios e informações necessários à análise de autorização da vacina russa Sputnik V. Por falta de dados consistentes e confiáveis, a Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa decidiu, por unanimidade, não autorizar a importação em caráter excepcional. A decisão foi tomada com base em dados levantados e avaliados pelas equipes técnicas das gerência-gerais de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED), de Inspeção e Fiscalização Sanitária (GGFIS) e de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária (GGMON).

        De acordo com a GGMED, foram identificadas falhas no desenvolvimento do produto, em todas as etapas dos estudos clínicos (fases 1, 2 e 3). Também há ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia. Uma das informações preocupantes com relação à avaliação dos dados disponíveis até o momento é que as células onde os adenovírus são produzidos para o desenvolvimento da vacina permitem que sua capacidade de replicação seja readquirida. Isso pode acarretar infecções em seres humanos, podendo causar danos e óbitos, especialmente em pessoas com baixa imunidade e problemas respiratórios, entre outros problemas de saúde.

        Esse aspecto foge dos padrões de qualidade recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Internacional para Harmonização de Requisitos Técnicos de Medicamentos para Uso Humano (International Council for Harmonisation of Technical Requirements for Pharmaceuticals for Human Use – ICH), seguidos pelas principais agências reguladoras do mundo, incluindo a Anvisa.

        Além disso, foram detectados estudos de caracterização inadequados da vacina, inclusive com relação à análise de impurezas e de vírus contaminantes durante o processo de fabricação, além de ausência de validação/qualificação de métodos de controle de qualidade, entre diversos outros aspectos. Foi verificada, ainda, a ausência de testes de toxicidade reprodutiva, que permitem verificar se o produto pode ou não ser prejudicial às células reprodutivas. Não foram apresentados estudos de biodistribuição e há desconhecimento dos possíveis efeitos adversos de curto, médio e longo prazos decorrentes do uso da vacina.

        De acordo com a GGFIS, a falta de relatório técnico de aprovação do produto culminou na necessidade de inspeção presencial para permitir a avaliação das condições de fabricação das empresas envolvidas na produção do insumo farmacêutico biológico e da vacina, porém em solo russo, foi negado à equipe de inspeção o acesso às instalações do Gamaleya, instituto desenvolvedor da vacina.

        Para mais informações a respeito do tema, seguem a baixo os links utilizados na postagem:

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/painel-acompanhe-o-andamento-da-analise-das-vacinas-2013-uso-emergencial

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/anvisa-nao-aprova-importacao-da-vacina-sputnik-v

7 comentários:

SILVIANE GONÇALVES RIBEIRO disse...

A decisão da Anvisa foi de muita importância na esfera da vacinação no Brasil, como explana nessa leitura, a resolução foi embasada por uma variação de critérios e pela análise das amostra enviadas pelo laboratório responsável que resultaram em possíveis riscos à saúde de pessoas imunizadas, então percebemos como a ANVISA tem o papel fundamental hoje em dia. SILVIANE, CASSIANO E MARTINA

Jessica Kruger disse...

As empresas farmacêuticas estão nessa corrida para fabricar e comercializar a vacina o quanto antes. Pelo que entendi com a publicação, a vacina Sputnik não é eficaz e temos sorte que existem órgãos competentes que não aprovam para população.

Jessica Kruger disse...

As empresas farmacêuticas estão nessa corrida para fabricar e comercializar a vacina o quanto antes. Pelo que entendi com a publicação, a vacina Sputnik não é eficaz e temos sorte que existem órgãos competentes que não aprovam para população. Jéssica Kruger

Cassiano, Martina e Silviane disse...

Cassiano.

Para que uma vacina seja aprovada, é necessário que ela cumpra uma série de etapas! E essas etapas precisam ser eficazes! Infelizmente a vacina da Sputnik apresentou várias falhas durante as etapas, o que causou o cancelamento da vacina.

Jenifer e Leticia disse...

Que bom que temos esses órgãos todos que conferem as vacinas e demais medicações antes de serem liberadas, para não correr o risco de prejudicar alguém. Pode ser que com o tempo isso seja resolvido e mais adiante sejam liberadas novas vacinas para ajudar a população a enfrentar e resolver esse problema mais rapidamente. Jenifer Pereira.

franfer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
franfer disse...

Felizmente há essas etapas para comprovar se as vacinas estão apta pra uso,

Fernnanda Barreto

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