Um estudo realizado na Dinamarca e publicado na revista científica European Heart Journal associou o uso de anti-inflamatórios ao aumento do risco de parada cardíaca. Segundo a pesquisa, quem usa diclofenaco e ibuprofeno têm chances elevadas de sofrer um ataque cardíaco de 51% e 31%, respectivamente. Estes medicamentos, muito utilizados contra dores e inflamações, podem ser comprados no Brasil sem a necessidade de receita médica.
De acordo com o médico Evandro Guimarães de Souza, diretor da Sociedade Mineira de Cardiologia, desde 2011 existem estudos que associam o uso de anti-inflamatórios à maior chance de infarto. A pesquisa dinamarquesa também relacionou o uso desse tipo de remédio não esteroide com aumento da probabilidade de se ter parada cardíaca. O cardiologista destaca que o aumento do risco é considerável para aquelas pessoas que possuem histórico de doenças cardiovasculares, quem já sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral), ou já fez ponte de safena, por exemplo, deve usar esses anti-inflamatórios somente com prescrição médica.
A pesquisa :
Os cientistas dinamarqueses analisaram dados de pessoas que sofreram infarto entre os anos de 2001 e 2010. Dos 29 mil casos que ocorreram fora do hospital, 3,3 mil vítimas haviam tomado algum anti-inflamatório não esteróide pelo menos 30 dias antes da ocorrência do problema. O medicamento mais perigoso foi o diclofenaco, que elevou o risco de parada cardíaca em 51%.
As bulas do ibuprofeno e do diclofenaco vendidos no Brasil informam que os medicamentos devem ser administrados com cautela a pacientes com histórico de problemas cardíacos. Apesar disso, Evandro Guimarães defende maior controle na venda dessas substâncias. "Esses anti-inflamatórios deveriam ser vendidos com receita médica. É necessário um controle mais rigoroso desses remédios", defende o cardiologista.
link: http://www.bmj.com/content/356/bmj.j1358 ; http://www.revistaencontro.com.br/app/noticia/atualidades/2017/03/30/noticia_atualidades,158860/estudo-diz-que-diclofenaco-e-ibuprofeno-aumentam-o-risco-de-infarto.shtml
6 comentários:
Sendo uma classe de medicamento tao usada e de venda livre fiCa dificil controlar o uso, talvez a bula devesse advertir sobre este potencail de dano cardiovascular.
Muito importante essa pesquisa pois esse medicamento é muito usado sem nenhum acompanhamento médico. Além do dano cardiovascular, esses medicamentos trazem muitos outros riscos a saúde, por tanto é super importante essas postagens e orientações através das redes sociais e veiculos de comunicação para se ter mais cuidado ao uso.
Estudos e pesquisa como essas são de fundamental importância, já que esses são medicamentos de venda livre. Contudo, é ainda mais importante chamar a atenção para esses estudos, tendo em vista que a grande maioria das pessoas não lê a bula dos medicamentos. Acredito que um maior controle na venda desses medicamentos, como por exemplo vender somente com receita médica, é a melhor maneira para fazer com que as pessoas não façam uso desses medicamentos a qualquer momento.
Fermina Francesca Alves Vargas
Concordo com a opinião do Cardiologista Evandro Guimarães, quando o mesmo afirma que esses medicamentos precisam de um controle mais rigoroso. Informar na bula que o Ibuprofeno e o Diclofenaco devem ser administrados com cautela não é suficiente no caso de medicamentos de venda livre, com um risco tão alto de doença cardiovascular. Portanto, no momento, cabe aí a intervenção e atenção farmacêutica no ato da dispensação desses AINES.
Como os dois medicamentos são de venda livre, a farmacovigilância seria de grande ajuda para avaliar se os mesmos aumentam o risco de ataque cardíaco aqui no Brasil. Infelizmente as bulas do ibuprofeno e do diclofenaco informarem que os medicamentos devem ser administrados com cautela a pacientes com histórico de problemas cardíacos não implica que os mesmos o farão e continuem fazendo uso da automedicação.
Os dois medicamentos são de venda livre, podendo refletir no aumento do risco de ataque cardíaco para pacientes que já tem histórico.
Acredito que deveria no mínimo ter informações na bula sobre a cautela de devemos ter ao administra-los.
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